Castanha é a melhor dos últimos 20 anos, mas há menos, revela cooperativa do Norte
Porto Canal/ Agências
A castanha da variedade Martaínha dos Soutos da Lapa apresentou este ano uma enorme qualidade, mas menos quantidade, revelou à agência Lusa o presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira.
“Ao nível da qualidade, a castanha é a melhor dos últimos 20 anos. Como este ano, parece-me que não tenho memória. A quantidade é que é um problema, temos menos. Há zonas em que nem houve castanhas”, adiantou Aires António Macieira.
O presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, no concelho de Penedono, distrito de Viseu, disse que “as zonas mais expostas da serra, que apanharam umas noites frescas, e com geada, no final do verão, sofreram e não deram castanha”.
Aires António Macieira preside à cooperativa há cerca de três meses e, segundo as informações da anterior direção, no ano transato entraram cerca de 350 toneladas e, este ano, a quantidade caiu para as 250.
“Mas há uma diferença. Das 250 toneladas que entraram este ano, são todas praticamente boas e, no ano passado, nas 350 havia muito refugo, o que quer dizer que este ano é melhor do que no ano passado, pela qualidade”, comparou.
Também da anterior direção, recebeu a informação de que “cerca de 90% da castanha que entrava na cooperativa ia para o exterior, mas, este ano, está a ser um bocadinho diferente, apesar de a maioria ser exportada, há mais a ser vendida em Portugal”.
“Tenho feito muito negócio em Portugal também, mas claro, a maior percentagem continua a ser Espanha, França, Itália e Estados Unidos da América. Por exemplo, este ano Itália está a comprar menos, talvez tenham tido um ano melhor lá”, referiu.
Os Estados Unidos da América são o mercado “mais exigente”, o que “obriga a um cuidado redobrado na seleção” do fruto.
“Inclusive perguntam se pode ser só da que é apanhada à mão, porque dão pela diferença, mas também sabem dar valor e pagam”.
Em Portugal, a cooperativa já trabalhava com uma rede de supermercados e, este ano, alargou a uma segunda, embora aquele responsável tenha reconhecido que “é mais fácil a Martaínha ter o valor reconhecido no exterior que no país”.
“O cliente repara que é mais cara, porque a Martaínha é uma castanha de qualidade superior e, claro, a cooperativa também dá essa garantia de qualidade e ela está sinalizada com a origem quando é colocada à venda”, apontou.