Já há autocarros a circular na via do metrobus
Porto Canal
As vias dedicadas ao metrobus nas Avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, no Porto, receberam veículos pela primeira vez, na noite desta segunda-feira. A STCP desenvolveu testes operacionais no canal do BRT, através da Linha 203, uma solução temporária face à encomenda atrasada dos veículos por parte da Metro do Porto.
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Os testes foram efetuados com dois autocarros standard elétricos da STCP que fizeram os percursos Praça do Império - Rotunda da Boavista e Rotunda da Boavista - Praça do Império, utilizando a via existente na Avenida da Boavista, de forma a testar todas as condições de circulação e operação. Esses foram efetuados em articulação com a Câmara Municipal do Porto e com a Metro do Porto.
Responsável pela comunicação da STCP, Pedro Rocha fez ao Porto Canal um balanço positivo da operação, uma vez que permitiu responder às questões levantadas pelo Grupo de Trabalho para Acompanhamento do Investimento de Transporte Público (GT-AITP): “A instalação desse sistema de transporte só será possível assim que vier o material circulante encomendado pela Metro do Porto e que ainda não chegou. E, portanto, neste momento, o que nós podemos fazer é testar este desvio da linha 203. Portanto o balanço do teste é positivo”.
Importa recordar que a possível passagem da Linha 203 pelo canal do metrobus, será sempre uma medida provisória, que impedirá uma desertificação do canal até à entrega, por parte da Metro do Porto, dos veículos que possibilitam a operação do metrobus.
Ao Porto Canal, a empresa de transportes adiantou, no final de setembro, estar a “envidar esforços” junto do consórcio fornecedor para que as primeiras viaturas cheguem ainda durante o último trimestre deste ano. O prazo limite definido para entrega das composições é abril de 2025.
Contudo, a medida provisória acarreta um “senão”, uma vez que na Avenida Marechal Gomes da Costa, as estações estão ao centro, e tal obriga a que os autocarros que ali circulem tenham portas do lado esquerdo, sendo que os autocarros da STCP têm apenas portas à direita.
Sobre esta questão, Pedro Rocha garante o cumprimento do Código da Estrada, assegurando que os autocarros não vão circular em contramão na faixa de rodagem, apenas “no canal metrobus”.
“O objetivo aqui é circular, sobretudo na Avenida da Boavista, no troço da Avenida do Boavista e em três paragens em que nós conseguimos cruzar e, em contra sentido, fazermos a inserção em paragem correta. Abrimos as portas do lado direito e conseguirmos que as pessoas entram e saem do autocarro”, acrescenta o assessor da STCP.
Memorando de entendimento por assinar
Mantém-se por assinar o memorando de entendimento que permite a operação do metrobus. É este documento que entregará a parte operacional do metrobus para a STCP, depois da conclusão da obra e condições técnicas, asseguradas pela Metro do Porto. Além destas duas entidades, a Câmara do Porto e a Tutela também têm de o assinar. Recorde-se que o documento foi enviado pela Metro do Porto à autarquia portuense no dia 12 de agosto.
O novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e, na segunda fase, à Anémona (em 17), estando previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.