Fechada desde 2019, piscina Maravedi em Gaia ficará concluída no final de 2026
Porto Canal / Agências
A obra da piscina municipal Maravedi, infraestrutura fechada desde 2019 no centro de Gaia devido a fissuras na estrutura do tanque, arrancou hoje e deverá ficar concluída no final de 2026, foi, esta segunda-feira, anunciado.
A obra terá um custo próximo dos nove milhões de euros e demorará dois anos a ficar concluída.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), Eduardo Vítor Rodrigues, que, esta segunda-feira, assinou o auto de consignação da empreitada.
“Este equipamento é fundamental para Vila Nova de Gaia. A seu tempo teremos este equipamento aberto a todos no miolo central da cidade. Mais do que cimento, esta é uma obra com memória”, disse Eduardo Vítor Rodrigues na cerimónia.
Já à margem da sessão, em declarações aos jornalistas, o autarca clarificou o porquê dos atrasos desta obra, lamentando a burocracia associada.
“Lá fora as pessoas acham sempre que as coisas andam devagar porque não há interesse, porque os técnicos são incompetentes ou não querem, e, neste momento, estamos num manto de regras que perpetuam estes procedimentos. Depois não nos podemos queixar de não conseguir executar a tempo seja o PRR ou os Quadros Comunitários”, referiu.
Eduardo Vítor Rodrigues alertou que estas situações “têm custos” porque, disse, “hoje está-se a consignar uma obra, cuja proposta foi apresentada há três anos e obviamente agora terá de ser reequilibrada”.
“Agora o que as pessoas interpretam é que este reequilíbrio é porque calcularam mal o projeto, etc, etc, mas a explicação é obvia: num ano há mudança de preços”, referiu.
O autarca também recordou uma das várias polémicas à volta desta obra: “Andámos mais de um ano debaixo do boato que isto tinha fechado por negociata imobiliária e se ia construir aqui um prédio e nunca foi nada assim”.
A piscina foi fechada em 2019 com mais de 1.700 utentes a serem encaminhados para outros equipamentos do concelho devido a fissuras na estrutura do tanque.
Detetado este problema, a autarquia optou por demolir a piscina original e construir uma nova, mantendo o esqueleto do edifício.
O projeto inclui três tanques, balneários e uma área ‘fitness’.
O tanque principal, com 25 metros de extensão e 17,50 metros de largura, possui oito pistas de natação semiolímpicas com uma profundidade variável de 1,60 metros a 1,80 metros.
Os outros dois tanques, com as dimensões de 15 metros por oito metros, destinam-se um a crianças (aprendizagem) com uma profundidade variável de 1,10 metros a 1,20 metros e o terceiro tanque destinado a seniores, com uma profundidade variável de 1,40 metros a 1,50 metros.
Esta segunda-feira, na cerimónia de lançamento da obra, quer o arquiteto do projeto, António Martins, quer o responsável do departamento de obras, Rui Ramos, destacaram a importância de um projeto localizado na zona central de Gaia que abrange freguesias muito populosas.
“É um equipamento de aprendizagem, mas preparado para competição”, disse António Martins, que também destacou a aposta em balneários modernos e diferenciados, nomeadamente um exclusivo para pessoas com mobilidade reduzida e seus acompanhantes.
Por sua vez, Rui Ramos falou das perdas de água diárias da antiga piscina que constituíam “uma perda de energia muito significativa” e destacou os traços do projeto que o tornam, disse, “autossuficiente em termos energéticos”.
A área de piscina terá capacidade para receber 338 pessoas.
A área de fitness foi estruturada para uma utilização simultânea de 69 utilizadores.
Paralelamente, será criada uma área para estacionamento automóvel com uma área de 1.000 metros quadrados, dividido por dois pisos, um deles coberto.
Relativamente à área exterior, está previsto um tratamento paisagístico que “confere a este espaço um equilíbrio entre área ajardinada e áreas pavimentadas, bem como a sua elação com o arruamento principal”, lê-se no projeto.