Perante mais de 39 mil adeptos no Estádio do Dragão, o FC Porto conseguiu a primeira vitória na presente edição da Liga Europa e subiu 12 lugares na classificação. Além da chuva, que foi protagonista durante grande parte dos 90 minutos, estiveram em destaque Tiago Djaló - que se estreou nas competições europeias pelos azuis e brancos e repetiu o momento de glória que já tinha tido na Amadora - e Samu, ponta de lança que chegou ao quarto golo em três jogos e lidera o ranking de melhores marcadores da prova.

Na véspera, Vítor Bruno havia pedido “máximo equilíbrio entre o momento ofensivo e o defensivo” e que os jogadores tirassem “a bola a um adversário que não se sente cómodo atrás dela” e foi exatamente com essa atitude que o FC Porto entrou em campo. Com Diogo Costa, Francisco Moura, Nico González, Pepê e Samu de regresso ao onze, os portistas anularam os pontos fortes dos germânicos, que apenas esboçaram lances de perigo através de bolas paradas no primeiro quarto de hora.

Galeno respondeu na mesma moeda ao 20.º minuto com um cabeceamento à malha lateral da baliza de Baumann, guarda-redes que foi testado por Pepê aos 28 numa das melhores jogadas do primeiro tempo: num livre direto estudado, o brasileiro deu para Moura, que deixou para Varela tocar novamente para o internacional canarinho. O remate saiu forte, mas ao alcance do guardião.

Com cada vez mais objetividade ofensiva à medida que os minutos iam passando, os Dragões voltaram a ameaçar por Samu, que obrigou o capitão alemão a uma saída fugaz da baliza para encurtar o ângulo ao avançado. Bruun Larsen tirou Tiago Djaló do caminho aos 43 minutos e deixou as bancadas em alerta com um remate a rasar a trave, mas ainda houve tempo para o primeiro momento de euforia no Dragão. Na sequência de uma falta por Nsoki sobre Pepê, Francisco Moura apontou o livre ao segundo poste, onde Nico González subiu mais alto e tocou para Djaló que, após amortecer com o peito, desferiu um remate potente de pé direito que entrou junto ao poste mais distante (1-0).

À procura do empate, o emblema do sudoeste da Alemanha subiu no terreno, ganhou mais ímpeto e, aos 55 minutos, valeu Martim Fernandes a acompanhar Bruun Larsen e a cortar o esférico quando o dinamarquês seguia isolado com os olhos na baliza de Diogo Costa. Ao ver a mudança de panorama no relvado, Vítor Bruno colocou Fábio Vieira no lugar de Iván Jaime (58m), mas foram Pepê e Galeno a criar suspense no estádio: após uma recuperação de Samu, o 11 saiu em velocidade e deu para o 13, que tentou devolver, mas o passe não teve sucesso por escassos centímetros.

Com o recurso ao contra-ataque, tática predileta dos homens de Pellegrino Matarazzo, foi o FC Porto que chegou ao segundo da noite. Fábio Vieira, em auxílio defensivo, tirou para longe da área e Samu, possante e com a “raça” que os adeptos exigem, antecipou-se a Stach, ganhou o duelo aéreo e em velocidade e, já na área, travou o movimento porque não tinha espaço para finalizar, encarou o adversário, tirou-o do caminho e atirou forte e rasteiro ao primeiro poste para delírio do Dragão (74m). À falta de ainda mais elogios para o 9, apenas ecoou “é o Samu”.

Nehuen Pérez testou os reflexos de Baumann e o parceiro Tiago Djaló saiu com queixas físicas sob o aplauso dos presentes no estádio, tal como aconteceu já em cima dos 90 a Pepê e Samu. Sem mais alterações no resultado, o apito final foi o mote para uma chuva de aplausos à equipa, que na segunda-feira regressa ao campeonato com uma visita ao reduto do AVS (20h15).