Fundação Casa Hermes abre em Aveiro Museu de Medicina e Saúde
Porto Canal/ Agências
A Fundação Casa Hermes inaugura quinta-feira, em Aveiro, o “Skope – Museu de Medicina e Saúde”, que reúne uma coleção com mais de 1.800 objetos e instrumentos de 20 especialidades.
O Museu tem por base a coleção de Hermes Castanhas, um médico ginecologista já falecido, que foi colecionando objetos de várias especialidades médicas.
Na década de 90 do século XX, Hermes Castanhas (1932-2015) decidiu fazer um museu particular, que se abria para mostrar aos amigos, quando alguma escola o pedia, ou em visitas de congressos.
Com o espólio, a Fundação resolveu fazer renascer o museu, agora com uma dimensão pública, num investimento de meio milhão de euros, além da recuperação da Casa, revelou à Lusa Rita Gíria, da administração.
“A Fundação Casa Hermes tem como propósito educar para a saúde e o museu é um dos braços da Fundação que materializa essa educação para a saúde, como espaço de cultura, aprendizagem e lúdico até”, esclarece.
O museu está situado numa quinta, a três quilómetros de Aveiro, ocupando uma casa do século XIX e um bloco multiúsos com loja, cafetaria e instalações sanitárias.
A ideia é fazer ali um espaço dedicado a exposições temporárias, e construir um novo edifício, com capacidade para receber congressos até 100 pessoas, e alojar um centro de investigação para a longevidade.
Quanto ao museu, tem 20 especialidades representadas, não só médicas, mas complementares à área da saúde, como a farmácia, a enfermagem, ou o ensino.
A vogal do conselho de administração refere, como a peça mais antiga, um livro de 1580, e, entre várias peças curiosas, estojos cirúrgicos da Primeira Guerra Mundial.
Outra das peças que Rita Gíria destaca é um aparelho de colapsoterapia, usado no contexto da tuberculose: “acreditava-se que as feridas causadas pelo bacilo não saravam porque o pulmão estava sempre a trabalhar e este aparelho fazia-o parar”, explica.
“Uma peça muito curiosa também é um irrigador, um enema para lavagens ginecológicas e intestinais, que tem incorporado um sistema de caixa de música”, revela.
A administradora relata que a caixa de música permitia ao utilizador escolher entre duas músicas clássicas, para ouvir durante o tratamento.
A recuperação do museu foi financiada por 14 empresas, mas a Fundação tem outras áreas que quer desenvolver, além da museológica, para garantir a sustentabilidade do projeto.
Uma delas é a construção de um hotel com 40 quartos, que segundo Rita Gíria, tem já o projeto aprovado pela Câmara Municipal de Aveiro.