Associação Living Lab quer promover investigação e inovação no Parque Natural do Alvão

Associação Living Lab quer promover investigação e inovação no Parque Natural do Alvão
Foto: CM Mondim de Basto
| Norte
Porto Canal / Agências

O Living Lab Parque Natural do Alvão quer ser um espaço de investigação e de inovação para ajudar o território a enfrentar os desafios da sustentabilidade, ambientais e climáticos, anunciou esta terça-feira a Câmara de Mondim de Basto.

“O Living Lab surge com a vontade, por parte do município de Mondim de Basto, em encontrar os parceiros certos para podermos desenvolver investigação no Parque Natural do Alvão (PNA)”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira.

O memorando de entendimento para a criação da Associação de Investigação e Desenvolvimento Living Lab (laboratório vivo) Parque Natural do Alvão foi assinado pelo município, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

O autarca disse que já foi também identificado um espaço físico onde ficará instalada a associação para que, dentro do próprio PNA, se “possam desenvolver soluções tecnológicas ligadas ao ambiente, à floresta, à geologia, ao setor do turismo, por forma a tirar partido das especificidades que existem dentro do parque”.

Criado em 1983, o PNA é o mais pequeno parque natural do país, com 7.239 hectares que se repartem pelos concelhos de Mondim de Basto e de Vila Real.

O objetivo do projeto é tirar partido da biodiversidade existente no parque e contribuir para a sua preservação, num contexto em que aumenta, de ano para ano, a procura turística neste território que tem como um dos seus ex-líbris as quedas de água das Fisgas de Ermelo, que têm um desnível de 400 metros e são consideradas uma das maiores da Península Ibérica.

Segundo Bruno Ferreira, as soluções tecnológicas a desenvolver podem ajudar a fazer a monitorização da pegada turística nos território, a prevenir os fogos florestais ou a avaliar a qualidade do ar ou da água.

“Há toda uma variedade de soluções que podem ser encontradas com recurso ao desenvolvimento tecnológico e à investigação”, sublinhou.

A assinatura do memorando de entendimento foi o primeiro passo para a concretização do projeto e, uma segunda fase, passará pela reabilitação e adaptação do conjunto de três edifícios, conhecidos como o “Quartel Florestal do Fojo” e que são propriedade do ICNF.

Ali serão instalados, entre outros, os serviços administrativos, dormitórios para investigadores e um laboratório.

A associação, que funcionará como uma entidade pública sem fins lucrativos, terá competências multidisciplinares e abrangentes para responder às necessidades do território, tendo sempre como foco a sua valorização e o acréscimo de valor para a comunidade.

No Living Lab poderão ser desenvolvidos estudos para preservar e valorizar a biodiversidade local, considerando o impacto de atividades humanas, como por exemplo a exploração de pedreiras, ou promovida investigação sobre a diversidade geológica e a gestão sustentável do solo, incluindo técnicas de sequestro de carbono.

Este laboratório vivo poderá ainda incentivar à implementação de práticas de descarbonização, reutilização de recursos e desenvolvimento de modelos de negócio sustentáveis, proceder à avaliação da qualidade da água, promoção de energias renováveis e eficiência energética, ajudar na preservação do património arquitetónico.

O projeto visa a promoção do artesanato local e a valorização da cultura regional, bem como de um turismo sustentável, pelo que poderão ser criados percursos turísticos sustentáveis e infraestruturas/estruturas de apoio à visitação e experienciação (com recurso por exemplo a imagens virtuais e 3D).

No âmbito desta associação, vão ser promovidos estágios de licenciatura, dissertações de mestrado e teses de doutoramento, em colaboração com instituições de ensino superior.

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