Vila Verde, Terras de Bouro e Amares com 600 mil euros para intervenções em rios
Porto Canal/Agências
Os municípios de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares vão dispor de 600 mil euros para intervenções nos rios Cávado, Homem e Neiva, nomeadamente em açudes afetados pelas cheias e inundações de 2023, foi anunciado.
A assinatura de protocolos entre a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e as três autarquias do distrito de Braga, que vão receber, cada uma, cerca de 200 mil euros, decorreu na Zona Fluvial da Ponte Nova – Loureira, concelho de Vila Verde, na presença da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
A cerimónia contou também com a presença dos presidentes da APA, José Carlos Pimenta Machado, e das câmaras municipais de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes (PSD), de Amares, Manuel Moreira (PSD), e de Terras de Bouro, Manuel Tibo (PSD).
Os protocolos de colaboração técnica e financeira para a concretização de medidas de apoio em consequência dos danos causados pelas cheias e inundações ocorridas em novembro de 2023, nos concelhos de Vila Verde, de Amares e de Terras de Bouro, respeitam a obras de reparação de estruturas e reposição do curso de linhas de água, nomeadamente os rios Cávado, Homem e Neiva.
“Os protocolos que foram assinados esta sexta-feira para três municípios são essencialmente para reparar os danos das cheias de novembro de 2023. São danos que foram causados, não foram nossa responsabilidade. Foi aqui dito que na altura tentou-se com a EDP, não conseguiram que houvesse uma reparação de danos, e agora a APA e o ministério do Ambiente assumiram essa reparação”, explicou a ministra aos jornalistas, após a assinatura dos protocolos.
Na sua intervenção, minutos antes, o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, acusou a EDP Produção “de ter gerido muito mal” toda a situação, em novembro de 2023, em alusão às descargas efetuadas nas barragens, defendendo que a empresa devia ser chamada “a limpar os rios Homem e Cávado”.
Questionada se a empresa devia ser responsabilizada pelos danos causados ao ambiente e aos municípios, a governante disse que vai reunir com a EDP para perceber o que aconteceu.
“Não tinha a responsabilidade do ambiente na altura, era deputada no Parlamento Europeu, não acompanhei de perto. Mas tenho, em breve, uma reunião com a administração da EDP e vou também perceber do lado deles o que é que se passou e o que é que poderá ainda ser feito pelo lado da EP”, declarou Maria da Graça Carvalho.
No seu discurso, a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, congratulou-se com o apoio financeiro e aproveitou a presença da ministra para alertar para a necessidade “urgente” de intervenção nos rios Neiva e Vade.
“Vamos agora estudar e ver qual é o financiamento necessário para olhar também para o rio Neiva e para o rio Vade, para fazer a renaturalização desses dois rios no programa de renaturalização dos rios que estamos a fazer de Norte a Sul do país. Já fizemos 300 quilómetros e estamos a fazer um novo lote de rios, e vamos considerar o Neiva e o Vade também nesses lotes de rios que estamos a considerar”, prometeu a ministra do Ambiente e Energia.