Moradores do bairro dos Ferreiros disseram esta sexta-feira que se sentem mais perto do centro de Vila Real depois da entrada em funcionamento de um elevador que sobe à ponte metálica e que tornou a cidade mais acessível.

Duas semanas depois da entrada em funcionamento dos três meios mecânicos de elevação, implementados pela Câmara de Vila Real, e que, em conjunto, facilitam a subida dos Ferreiros até ao Pioledo, a agência Lusa foi ouvir a opinião de quem vive, lá em baixo, num dos bairros mais antigos e tradicionais da cidade.

“Já andei para aí umas cinco ou seis vezes nele e gosto. Antes, tinha que subir isto tudo por aqui acima e eu já não posso, canso-me e doem-me as pernas. De maneira que, para mim, foi uma coisa ótima” afirmou Maria Adelina, com 89 anos e residente no bairro dos Ferreiros há 70 anos.

Em vez das subidas íngremes que ligam o bairro, que nasceu junto ao rio Corgo, à avenida Primeiro de Maio, a octogenária usa agora o elevador que demora 20 segundos a subir 25 metros até à ponte metálica.

Ainda esta semana levou o carrinho de mãos das compras para ir a um supermercado lá em cima, no centro da cidade, e disse que, desta vez, foi tudo muito mais fácil.

“Quase sempre, das vezes que tenho ido, vejo pessoas a subir e a descer”, contou Maria Adelina, salientando que este elevador panorâmico “é um sonho” que há muito ansiava ver concretizado.

Já foi um bairro cheio de gente, com muitas crianças que brincavam na rua, mas os anos degradaram as casas antigas, muitos residentes saíram e os resilientes mais idosos veem agora a chegada de novas famílias e de turistas.

Nos últimos anos, têm sido recuperados edifícios, uns para habitação, outros para alojamento local.

Por ali, cruzam-se os moradores do tradicional bairro, visitantes, caminhantes que percorrem o parque Corgos ou os passadiços e também quem quer atalhar caminho para, por exemplo, o teatro ou o centro comercial.

“A cidade agora ficou mais perto”, disse Artur Teixeira, de 70 anos e que nasceu no bairros dos Ferreiros, considerando que, “agora, está tudo à mão” de quem ali vive.

Um dos elevadores instalados sobe do antigo bairro dos Ferreiros, junto ao rio, à ponte metálica e, os restantes dois, ligam a avenida Almeida Lucena ao Jardim da Carreira e esta ao Pioledo.

“Já andei para aí 20 vezes nele. Ainda na quarta-feira fui à farmácia, estava a chover e, no elevador, foi muito mais fácil do que ter de subir a rua. A rua faz uma inclinação maluca”, contou Artur Teixeira.

Na sua opinião, esta foi “das melhores coisinhas” que fizeram na cidade.

“É pena chegar tão tarde, mas chegou”, considerou Alfredo Oliveira, 79 anos, que subiu pelo elevador até à ponte vindo do centro comercial.

Não vive no bairro, mas é por ali que, agora, opta para regressar a casa, evitando as subidas. “Alivia-me um bocado. Não é cansativo, eu gosto de caminhar, mas aproveito e aconselho aos mais idosos e não só, que venham conhecer esta beleza”, salientou.

Os três meios mecânicos de elevação instalados pela Câmara de Vila Real representaram um investimento de cerca de 873 mil euros.

“Estes elevadores permitem a sobreposição destes declives por qualquer cidadão, tenha ele dificuldades ou não de locomoção”, já disse o presidente do município, Rui Santos.

Pelo que, na sua opinião, representam um ganho significativo na mobilidade da população de Vila Real.

O projeto dos elevadores está inserido no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Vila Real que concretizou um investimento global de 17,3 milhões de euros.

Rui Santos lembrou que há um quarto elevador em construção que vai ligar o parque Corgo à zona do parque de campismo.