"Qualquer dia não temos rio". Autarca de Sever do Vouga alerta para assoreamento do rio Vouga
Porto Canal/ Agências
O presidente da Câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, alertou esta quinta-feira para o assoreamento do rio Vouga, adiantando que está em causa a estabilidade da principal estrada de acesso àquele concelho do distrito de Aveiro.
“O rio Vouga já foi navegável e neste momento não é porque está completamente assoreado (…). O rio está assoreado mais de três metros. Qualquer dia não temos rio”, disse à Lusa o autarca.
Pedro Lobo assinala que a água do rio, atualmente, está a bater diretamente nos muros de suporte da Estrada Nacional (EN) 16, que segue paralela ao curso de água, ao longo de vários quilómetros, temendo pelas consequências que isso possa ter na estabilidade da via.
“Já temos uma ou duas zonas com abatimentos e daqui a 10 ou 15 anos vamos ter quedas da estrada”, antecipa, lembrando que a EN 16 é a principal estrada de acesso a Sever do Vouga, sendo usada por veículos ligeiros e pesados e transportes públicos.
“Se há o azar de acontecer algo, como o resvalamento de um muro ou de um talude, nós temos prejuízos quase infinitos”, advertiu.
O autarca manifestou ainda grande preocupação com a proliferação de espécies invasoras nas margens do rio, temendo que possam ocupar as áreas ardidas e destruídas pelos incêndios que lavraram no concelho no mês de setembro.
“Já fizemos diversas vezes limpeza e plantação de variedades autóctones, mas, como neste momento ardeu tudo, as austrálias vão começar a invadir de uma forma desmesurada e cheia de força aqueles taludes e podem colocar em causa a própria estabilidade dos taludes e muros, correndo o risco de a estrada sofrer com isso”, observou.
A EN16 foi construída na década de 1930 e liga Aveiro a Vilar Formoso, atravessando vários territórios, mais concretamente a região de Aveiro, a região Viseu Dão Lafões e a região da Beira Interior e Serra da Estrela.
Desde que foi construída a autoestrada A25, passou a ter menos movimento, sendo usada principalmente pelos habitantes locais como alternativa às portagens naquela autoestrada.