Farmacêuticos do SNS vão estar em greve entre 22 e 24 de outubro

Farmacêuticos do SNS vão estar em greve entre 22 e 24 de outubro
CMF
| País
Porto Canal/ Agências

Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde vão estar em greve entre 22 e 24 de outubro contra o impasse nas negociações com o Ministério da Saúde, que adiou a reunião que estava prevista para terça-feira.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) manifesta-se preocupado e afirma não compreende o adiamento, lembrando que, durante seis meses de reuniões, o Ministério da Saúde sempre disse compreender a necessidade de corrigir a situação em que se encontram estes profissionais.

Contudo, recorda que apesar desse reconhecimento, “nada foi efetivamente feito” para que a correção da situação dos farmacêuticos do SNS acontecesse.

A menos de 10 dias do prazo para entrega do Orçamento do Estado, os farmacêuticos lembram que tinham apresentado uma proposta, que não mereceu qualquer resposta por parte da tutela, e dizem sentir-se discriminados, pois o Ministério da Saúde assumiu o compromisso de negociar nova grelha remuneratória para os médicos com efeitos a janeiro de 2025 e chegou a acordo com alguns sindicatos de enfermeiros.

“O SNF deu espaço, latitude e tempo a este Governo para que hoje (outubro de 2024) estas negociações estivessem concluídas ou pelo menos em vias de o serem”, sublinha.

Em declarações à Lusa, o presidente do SNF, Henrique Reguengo, afirmou: “Hoje, seis meses depois, estamos no zero, não há objetivamente um ponto do nosso caderno reivindicativo que apresentamos em abril, quando iniciámos as negociações, que esteja resolvido”.

O responsável sublinhou que a grelha salarial dos farmacêuticos data de 1999 e que os cerca de 1.000 que exercem no SNS gerem a segunda maior fatia do orçamento da Saúde e conseguem, pela gestão de fármacos, uma poupança anual que “só por si pagaria o aumento”.

Henrique Reguengo disse ainda estranhar o adiamento da reunião, que estava agendada para terça-feira (dia 02), alegando que nas reuniões “foi perfeitamente claro e assumido (…) que [o Governo] reconhecia que a situação dos farmacêuticos era absurda (…) e que era necessário intervir e mudar rapidamente”.

Recordou que o sindicato já tinha ajustado a proposta inicial e considerou que, com a falta de contraproposta por parte do Ministério da Saúde e o adiamento da reunião, o Governo mostra “falta de vontade política”.

“Chegámos a um ponto em que já não sabemos propriamente o que fazer, mas não fazer nada deixou de ser opção”, acrescentou.

Lembrou que a intervenção farmacêutica é cada vez mais complexa e necessária e que, desta forma, o SNS vai ter cada vez menos pessoas interessadas na profissão, sublinhando que alguns internos (da residência farmacêutica) já estão a sair.

“Os farmacêuticos, para já, têm uma empregabilidade de 100%. Se não vierem para o SNS, vão para outro sítio onde lhes paguem como merecem”, concluiu.

O presidente do SNF disse que, nalguns países, o nível remuneratório da carreira farmacêutica é igual ao da careira médica e que, em Portugal, a evolução dos salários na base de careira de outras profissões da saúde foi muito superior à dos farmacêuticos.

Como exemplo, contou que, entre 2008 e 2024, na base da carreira, os técnicos de diagnóstico e terapêutica e os enfermeiros passaram de um salário de 991 euros para 1.333 euros (+34,5%).

“A enfermagem, se tivermos em conta o aumento que lhes vão dar agora até 2027, representa um aumento de 66%”, exemplificou.

Quanto aos médicos, afirmou que em 2008, com um horário de 35 horas e a tempo completo, ganhavam na base da carreira 1.801 euros e acrescentou: ”Hoje, não há médico nenhum que entre com menos de 3.280. Com 40 horas, mas o vencimento é esse em exclusividade”.

Por sua vez, os farmacêuticos tiveram, no mesmo período, 11% de aumento, o que, pelas contas do sindicato, dá uma média de 11 euros/ano, disse.

“Gerimos a maior fatia do orçamento da saúde, gerimos provavelmente a tecnologia (…) mais generalizada e mais utilizada no Serviço Nacional de Saúde, já para não falar nas análises clínicas e na genética, mas a disparidade que temos é esta”, afirmou.

+ notícias: País

Greve de maquinistas com serviços mínimos de cerca de 25% na CP

O Tribunal Arbitral decretou a fixação de serviços mínimos para a greve de maquinistas desta sexta-feira, na ordem dos 25% na CP – Comboios de Portugal, nos serviços urbanos, regionais e de longo curso, segundo o acórdão divulgado esta quarta-feira.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.