Novo caminho de Santiago entre Trás-os-Montes e Minho já é percorrido por peregrinos

Novo caminho de Santiago entre Trás-os-Montes e Minho já é percorrido por peregrinos
Foto: Turismo de Galicia
| Norte
Porto Canal / Agências

O novo caminho de Santiago Leon de Rosmithal, de Trás-os-Montes ao Minho, já está a ser percorrido por peregrinos que se guiam por mapa GPS enquanto não há sinalética no terreno, disse esta terça-feira fonte ligada ao projeto.

“Tudo neste momento é feito a partir de informações digitais. Ainda não há nenhuma sinalética física no caminho, mas já temos peregrinos que percorreram e estão, neste momento, a percorrer o caminho de Leon de Rosmithal”, afirmou à agência Lusa Orlando Fernandes, arqueólogo da Câmara da Póvoa de Lenhoso.

O percurso que atravessa toda a região Norte, ao longo de cerca de 240 quilómetros desde Freixo de Espada à Cinta (Bragança) até Braga, tem por base o registo da peregrinação que Leon de Rosmithal, Barão de Blatna, iniciou, a 26 de novembro de 1465, até ao túmulo do apóstolo Santiago Maior, em Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha, com passagem por Portugal.

Orlando Fernandes, que está a coordenar o projeto, disse que um grupo de 45 pessoas de Felgueiras (Porto) está a fazer o percurso por etapas, prevendo-se que o termine em abril.

Outras 15 pessoas farão o trajeto entre 30 de setembro e 8 de outubro, mas este também já foi percorrido por peregrinos em bicicleta.

“São o que chamo peregrinos aventureiros, precisamente porque não há sinalética no caminho, têm que pegar no GPS ou no telemóvel e seguir as indicações dadas a partir do dispositivo”, referiu o responsável.

O projeto envolve 12 câmaras, que formalizaram um consórcio em março, desde Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Braga, Vila Flor, Murça, Alijó, Cabeceiras de Basto, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mirandela, Torre de Moncorvo a Freixo de Espada à Cinta.

E, em cada um dos municípios está a ser feita a apresentação do novo caminho português de Santiago Leon de Rosmithal.

No último fim de semana a apresentação aconteceu em Abreiro, aldeia do concelho de Mirandela (Bragança), que é descrita como “Alebra” no documento histórico que serviu de base ao projeto, e na vila de Murça (Vila Real).

Orlando Fernandes explicou que se pretende que, até ao final do verão de 2025, esteja instalada uma sinalética uniforme ao longo de todo o caminho, desde Freixo até Braga, e que se quer também criar um ‘site’ dedicado ao novo caminho, já que, até agora, toda a informação está alojada no sítio da Internet da Câmara da Póvoa de Lanhoso.

Com vista ao desenvolvimento do projeto, segundo explicou Orlando Fernandes, foi realizada uma peregrinação experimental em 2021, tendo sido delineado o traçado a partir de uma sustentação histórica que foi, depois, ajustado em cada território, a caminhos rurais ou históricos.

“Abreiro para nós é um sítio estratégico porque tem a ver com as distâncias, tanto para os que fazem o caminho de bicicleta ou a pé. Entre Vila Flor e Murça são 40 quilómetros bastante acidentados e desgastantes para o peregrino e parece-nos importante haver um ponto de apoio nesta aldeia”, sublinhou.

Em Mirandela, o troço passa a sul, pelas aldeias de Abreiro e Milhais.

A presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, disse que se está a trabalhar no percurso, destacando pontos de interesse para que os visitantes possam também usufruir do património, e que se pretende criar um albergue em Abreiro para acolher os peregrinos, num projeto que se insere na estratégia de desenvolvimento turístico para o concelho.

A autarca lembrou que os caminhos de Santiago são percorridos anualmente por milhares de pessoas.

“Este é um novo caminho que está em desenvolvimento ainda e já temos alguns peregrinos a querer vir a Abreiro, pernoitar, o que faz com que seja uma oportunidade de investimento, mas também de atrairmos turistas”, realçou.

Este é o primeiro caminho português de Santiago a passar em Murça.

O presidente daquele município, Mário Artur Lopes, disse que o município se associou a este “abrangente projeto, ciente de que pode representar um enorme atrativo turístico-cultural para o território, contribuindo, em simultâneo, para um maior desenvolvimento económico”.

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