Arquitetos de todo o mundo respondem ao desafio “O que é um espaço de liberdade?”, na Maia

Arquitetos de todo o mundo respondem ao desafio “O que é um espaço de liberdade?”, na Maia
Foto: Câmara Municipal da Maia
| Norte
Porto Canal/Agências

Arquitetos de mais de 35 países responderam ao desafio lançado pela Câmara da Maia sobre “O que é um espaço de liberdade?”, uma iniciativa que culmina a 05 de outubro com a inauguração de uma exposição, patente até novembro.

A autarquia explica em comunicado que foi lançado o repto aos arquitetos Ana Resende e Nuno Melo Sousa para fazer a curadoria de “uma exposição em diálogo com a data comemorativa”, referindo-se aos 50 anos do 25 de Abril e ao Mês da Arquitetura da Maia (MAM).

Para responder ao desafio, os curadores convidaram 50 arquitetos a refletir sobre a pergunta “O que é um espaço de liberdade?”, que dá nome à mostra, com cada um dos participantes a contribuir com um texto e um complemento em forma de imagem, desenho, vídeo, som ou objeto.

A partir desses convites, surgiram respostas provenientes de mais de 35 países, como Brasil, Chile e Estados Unidos (continente América), Alemanha, Espanha e Ucrânia (Europa), Angola, Gana e Zimbábue (África), Barém, China e Japão (Ásia) e Austrália (Oceania), entre outros.

Álvaro Siza, Animali Domestici e aoa architects abrem a lista alfabética das 50 contribuições para a exposição. Seguem-se Bernard Khoury, Carlos Nogueira, Ciro Miguel, Civil Architecture, Cryptic.K, Daryan Knoblauch, Dominique Petit-Frere (Limbo Accra), DUA Studio, Eduardo Longo, Elvira Solana Rico, Field Atelier, Grandeza Studio, Hélène Frichot, Hui Pan, Irina Davidovici, Ivo Barão, Jack Self, Javier Agustín Rojas, Jesús María Aparicio, Julia Albani, Kevin Mark Low, LCLA Office, Luísa Penha, Marc Leschelier, Margarida Waco, Maria Helena Rente e José Carlos Portugal, Mariana Pestana e Joana Pestana, Maruša Zorec, Mary Duggan, Matteo Ghidoni, METALAB, Noura Al Sayeh-Holtrop, Oliver Wainwright, Paula Nascimento, Peggy Deamer, Satoko Shinohara, Sean Godsell, Smiljan Radic, Tatiana Bilbao ESTUDIO, TEd'A, Thandi Loewenson, Tomoaki Uno, Tosin Oshinowo, Valerio Olgiati, WOJR, Wolff Architects e Yasmeen Lari.

A Câmara da Maia destaca a participação de alguns arquitetos, começando pelo coletivo de arquitetas METALAB, da Ucrânia, que envia uma escultura em cerâmica que também funciona como um jogo.

“A peça, ironicamente, chega a Portugal danificada, mas sem perder a vontade de participar, o coletivo aceita que seja colada e complementa a sua resposta, evocando a ideia de fragilidade e a necessidade de espaços coletivos de liberdade e de cuidado”, lê-se na apresentação da mostra.

A paquistanesa Yasmeen Lari refere-se às 500 mil donas de casa que habitam o Paquistão rural, para as quais "os fogões Chulah são espaços de liberdade e criatividade, depois de anos sujeitas a permanecer de cócoras em pavimentos repletos de lixo, diante de fogões a lenha".

Para a americana Peggy Deamer, a liberdade é “um termo ambíguo” e não se trata de uma condição espacial. No entanto, destaca o quarto como lugar fundamental para a liberdade de pensamento.

Hui Pan, da China, afirma na sua proposta que “um espaço genuinamente livre deve garantir a libertação intelectual, permitindo que as pessoas abandonem o senso comum”.

Daryan Knoblauch, da Alemanha, participa na exposição apresentando um projeto recusado num concurso, por alegadamente permitir “demasiada liberdade” ao utente.

O arquiteto aproveita esta oportunidade para, num gesto conceptual, recolocar a peça e aludir ao risco e às suas implicações.

Daryan Knoblauch fará ainda uma oficina no dia seguinte à abertura (06 outubro, domingo, às 15:00), que consistirá na construção de ‘ready mades’, pequenas instalações que servirão para expandir a noção de correr riscos.

Durante os fins de semana, o MAM oferece atividades diversificadas para todas as idades, entre oficinas, visitas guiadas e o lançamento do catálogo da exposição.

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