Metro reabre Aliados este Natal já com capacidade para uma “chuva de 100 anos”
João Nogueira
Entre as quatro estações em construção da Linha Rosa do Metro do Porto, a da Galiza é a mais avançada. No entanto, não deverá levar muito tempo até que a estação dos Aliados assuma o título, tendo em conta o progresso e ritmo da obra. Os trabalhos fazem-se “noite e dia” para que, antes do Natal, a Praça da Liberdade esteja completamente livre dos estaleiros. Nessa altura, a água já vai circular no Rio da Vila “sem quaisquer riscos”.
Ao entrar na estação da Liberdade-São Bento, na Avenida dos Aliados, já é possível ter uma percepção da estrutura da futura estação: desde os cais já levantados, onde os passageiros vão esperar pelas composições, às áreas dos acessos (como as escadas mecânicas, por exemplo).
Neste momento, a estação já se encontra com 80% da escavação concluída e 60% da estrutura erguida. Segundo Pedro Lé Costa, engenheiro da Metro do Porto, "nos próximos meses, estas fases estarão finalizadas, permitindo o avanço para os acabamentos eletromecânicos".
Na verdade, foi feito um esforço por parte do empreiteiro com a Metro do Porto para implementar horários mais alargados e que permitem que as equipas trabalhem “noite e dia”. Esta estratégia foi essencial para recuperar os atrasos acumulados, colocando a estação dos Aliados na dianteira da construção.
"O nosso objetivo é libertar completamente a Avenida dos Aliados até ao Natal", afirmou Pedro Lé Costa, destacando a importância de desimpedir esta zona central antes do final do ano, com os trabalhos restantes a decorrerem abaixo do solo.
As equipas procedem agora à escavação da futura ligação subterrânea entre a nova estação e a estação ferroviária de São Bento, que vai substituir a antiga passagem pedonal dos Congregados. “Ela vai servir para ir buscar os passageiros à estação de São Bento Ferroviária, à estação de São Bento Metro e à rua de Sá da Bandeira e 31 de Janeiro”, explicou Pedro Lé Costa.
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Rio da Vila preparado para “chuva de 100 anos”
Outro avanço crucial foi o desvio do Rio da Vila, que está praticamente concluído. As últimas intervenções e consequentes desvios devem decorrer nos próximos dois a três meses.
A Metro do Porto assegura que, com a chegada do inverno, não haverá riscos semelhantes aos causados pelo evento meteorológico de janeiro de 2023. "Estamos preparados para uma cheia de 100 anos", garantiu Pedro Lé Costa, referindo-se à capacidade da nova infraestrutura para suportar fenómenos extremos e comparando com as históricas cheias de 1909 que devastaram o Porto.
“Nós temos tudo já garantido para, mesmo que a obra não esteja 100% concluída na caixa de jusante e montante, garantir que, no caso de um evento, a água irá circular já pelo novo Rio da Vila”, sublinhou Pedro Lé Costa.
Estação com cinco acessos
As últimas intervenções e consequentes desvios devem decorrer nos próximos dois a três meses.
Um será no Largo dos Lóios. Outros dois na Praça da Liberdade: um do lado da antiga estátua do Ardina, em frente ao Mc Donald’s e o outro do lado do Banco de Portugal.
O quarto acesso ficará na Rua da Madeira, “nos antigos arcos, mesmo em frente à fachada norte da Estação de São Bento”, disse Pedro Lé Costa.
Já o quinto acesso, que está a começar a ser escavado agora, é uma ligação subterrânea da futura estação Liberdade-São Bento com a estação de São Bento, “um acesso que vai ser construído paralelo à fachada principal da estação de São Bento”.