Angélica André: “Quero ficar no top-10”
Porto Canal
“Ficar no top-10” é o desejo de Angélica André para os Jogos Olímpicos, que vão decorrer de 26 de julho a 11 de agosto em Paris. Em entrevista à Lusa, a primeira medalhada portuguesa em águas abertas - o bronze que conquistou nos Mundiais aquáticos, no Catar, valeu-lhe o apuramento para estas Olimpíadas – mostra vontade de fazer “sempre melhor” e acrescentou que a “diferença entre o pódio e o top-10 consiste em estar um pouco mais à frente durante a prova e não perder o lugar até ao toque de chegada”.
Aos 29 anos, a atleta do FC Porto tem sido “cada vez melhor a cada época” e encara estes Jogos como “os verdadeiros”, pois Tóquio - onde Angélica se estreou e ficou no 17.º posto - esteve “absolutamente deserto” em 2020 devido à pandemia. Espera-se agora “uma emoção bastante grande” numa cidade “completamente cheia”.
Com “mais provas em cima” e “outra experiência competitiva”, a matosinhense desvalorizou o facto de a maratona feminina de águas abertas, prevista para oito de agosto, não se vir a realizar no rio Sena face à poluição que pode afetar a saúde dos atletas. A organização colocou de prevenção o Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, que acolherá os eventos de canoagem e remo, algo que “não preocupa muito” Angélica, que admite ter já competido “em sítios iguais ou piores” e está tranquila em relação às “condições” proporcionadas pelo Comité Olímpico.
A campeã nacional absoluta de seniores, que foi nona na Taça do Mundo em Golfo Aranci e conquistou a prata na Taça da Europa em Barcelona, revelou que treina “maioritariamente na piscina”, onde há “maior controlo sobre o ritmo”, um aspeto fulcral quando se nada ao lado “das melhores”. “Tenho preferência por água fria e ondulação, mas um nadador de áreas abertas tem de se adaptar a tudo e isso acabará por ser indiferente, pois já me consigo adaptar bem a todo o tipo de condições”, garantiu por fim.