O Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria do Norte exigiu esta segunda-feira ao Governo a retirada da concessão à empresa que em 2022 assumiu o ex-bingo do Boavista, no Porto, caso não entre em funcionamento até ao final do mês.

Em causa, afirmou à Lusa o responsável do Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Francisco Figueiredo, está o assumir pela Venistiplet Gamming, Lda, do “contrato de concessão assinado em março de 2022 com o Estado português para a exploração daquele espaço”.

Nesse acordo foi dado à empresa “um prazo de seis meses para abrir a sala e assumir todos os 62 trabalhadores que trabalhavam no Bingo do Boavista, ou seja, a sala deveria ter aberto em setembro de 2022”, recordou o sindicalista, que criticou o facto de a empresa “adiar sucessivamente a abertura da sala, alegando, nas diversas reuniões realizadas com a mediação do Ministério do Trabalho, não ter encontrado um espaço adequado”.

“Na última reunião, em 21 de maio, disse que já tinha encontrado uma sala disponível e que ia chamar os trabalhadores, mas tal não aconteceu”, continuou o responsável do sindicato, que deu conta de uma reunião posterior, em 04 de junho, do sindicato com o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, a “quem solicitou que não fossem mais prorrogados os prazos para a empresa abrir a sala”.

Nesse encontro, o sindicato “exigiu não só que a sala fosse aberta de imediato, como, caso isso não venha a acontecer, que seja retirada a concessão à empresa e aberto um novo concurso público para a licença e que o caderno de encargos obrigue a integrar os trabalhadores e obrigue a empresa a cumprir a contratação coletiva existente”.

Segundo Francisco Ferreira, o governante comprometeu-se “a tomar medidas para acabar com esta situação” e foi marcada uma nova reunião para 08 de julho.

“Dos 62 trabalhadores que ficaram no desemprego em janeiro de 2021, metade está numa situação desesperada, pois ou deixou de ter os apoios sociais ou não consegue encontrar emprego”, continuou o sindicalista, relatando que os restantes “dividiram-se entre os que foram para a reforma antecipada ou encontraram outras soluções profissionais”.

Francisco Ferreira, sobre a procura de instalações invocada pela empresa, afirmou que a sala onde funcionava o bingo do Boavista “está livre e disponível para aluguer”, dando nota de que falou com o senhorio e que “este pede 25 mil euros/mês de renda”.

Para o sindicalista, o Governo anterior “foi negligente, permitindo que a empresa sucessivamente adiasse reuniões que estavam marcadas”.

A Lusa tentou um contacto com a empresa, mas até ao momento não foi possível.