Eleições Europeias. Já todos os líderes políticos foram às urnas - e apelaram ao voto
Porto Canal/Agências
Pedro Nuno Santos (PS), Rui Tavares (Livre), Mariana Mortágua (BE), Paulo Raimundo (PCP), André Ventura (Chega) e Inês de Sousa Real (PAN) deslocaram-se este domingo às urnas e apelaram ao voto de todos os portugueses nestas Eleições Europeias. Rui Rocha (IL) e Luís Montenegro (AD) votaram antecipadamente na semana passada.
Pedro Nuno Santos: "O dia das eleições é sempre um dia de festa"
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, apelou à participação de todos os portugueses nas eleições europeias, dizendo que é “sempre um dia de festa” e é preciso votar para preservar a democracia. “O dia das eleições é sempre um dia de festa da nossa democracia e nós devemos participar para preservar esta que foi a nossa grande conquista que é o direito a votar, a escolher quem nos representa”, afirmou Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas após ter votado pelas 12h15 na Escola Básica de Telheiras, em Lisboa.
O secretário-geral do PS fez-se acompanhar pela famíliam como já tinha acontecido nas legislativas de março. Pedro Nuno Santos lembrou que “não é um dia de campanha”, encarando com “entusiasmo estes momentos eleitorais”.
“Vamos esperar com muita serenidade e muito respeito pela vontade popular”, sublinhou. Questionado sobre se o longo tempo de espera na fila para votar, devido a alguns problemas informáticos, pode demover as pessoas do ato eleitoral, o secretário-geral do PS disse que “nem sempre corre tudo na perfeição” na primeira vez. “Isso é normal. Nós temos de encarar isso com normalidade. Espero que ninguém desista de votar ou deixe de votar porque há qualquer atraso. Vinte minutos numa fila com pessoas com vontade de participar na democracia não custa assim tanto. A mim não me custou nada e por isso espero que as pessoas venham votar”, frisou.
Europa está a chegar a “um ponto de encruzilhada”, alerta Rui Tavares
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu a importância destas eleições europeias, sublinhando que esta é uma oportunidade única para os eleitores europeus num continente que está a chegar a “um ponto de encruzilhada”. “Está a chegar aquele ponto de encruzilhada em que os destinos da Europa se decidem. E por isso são eleições importantes, em que temos uma oportunidade única no mundo, que em mais nenhum outro continente existe e que devemos exercê-la”, afirmou aos jornalistas depois de ter votado na Escola Básica e Secundária Gil Vicente, em Lisboa.
Rui Tavares, sobre as suas expectativas para os níveis de abstenção, afirmou que “quanto mais importantes são as eleições, mais responsabilidade, mais dever temos de votar”. “Não há maneira de dizer que estas eleições são mais importantes para a Europa do que pensarmos que ainda há pouco tempo tivemos uma pandemia, o papel da Europa foi tão importante, e antes disso tivemos uma crise financeira e temos agora uma guerra no nosso continente (...) e isso é que nos deve levar a votar”, frisou o líder do Livre.
Tavares sublinhou ainda que a facilitação do voto prevista pela desmaterialização dos cadernos eleitorais deve servir “para diminuir os pretextos para não votar”, mas que a “responsabilidade moral” para o fazer prende-se com “não deixar os destinos deste continente nas mãos de outras pessoas que não sejamos nós”.
O líder do Livre absteve-se de fazer previsões sobre os resultados do seu partido, limitando-se a realçar a vontade de “contribuir para o debate sobre o destino da Europa a nível nacional e a nível do Parlamento Europeu”. “É um partido que se está a afirmar e eu não digo mais porque acho que este é o momento ainda das pessoas votarem”, acrescentou.
Mariana Mortágua: "Esta não é uma eleição menos importante"
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu que as eleições europeias não são um sufrágio “menos importante” e realçou que “todos os votos contam” independentemente do local onde se exerce este direito, apelando à participação. “Em Bruxelas, em Estrasburgo, decidem-se questões essenciais do nosso futuro. Não é uma eleição menos importante”, considerou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas depois de ter votado para as eleições europeias na Escola Básica N.º1, na freguesia de Arroios, distrito de Lisboa.
A bloquista confessou que a abstenção – que na últimas europeias rondou os 70% - a preocupa sempre e que no caso destas eleições, “há uma tendência para as pessoas se afastarem um pouco do voto porque não percebem exatamente para que é que ele serve”. Mortágua sublinhou que estão em causa “questões que nos dividem sobre a guerra, sobre a paz, questões ambientais, igualdade, justiça”, deixando reiterados apelos à participação eleitoral, que pode ser feita em qualquer mesa de voto do país, devido à existência de cadernos eleitorais digitais.
A coordenadora bloquista aproveitou este facto para voltar a apelar à participação, realçando que neste sufrágio não existem os normalmente chamados “votos desperdiçados” e que “todos os votos contam para eleger a mesma lista de eurodeputados do mesmo partido”. Mariana Mortágua elogiou o regime excecional de voto que está a ser aplicado no país e foi questionada sobre se este modelo pode vir a ser replicado noutras eleições.
“Temos sempre dois valores em causa: votos tão facilitados quanto possível, mas tão seguros quanto possível. Sempre que possível, acho que se deve facilitar o voto e esta é uma das formas de o fazer. Se for possível, com segurança, aplicá-lo a outras eleições, acho que sim, é uma forma de trazer mais pessoas a votar”, respondeu.
Voto antecipado e em mobilidade pode reduzir abstenção, acredita Raimundo
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que eleições para o Parlamento Europeu num fim de semana prolongado foi um desafio, mas admitiu que o voto antecipado e em mobilidade poderão contribuir para reduzir a abstenção. “Do ponto de vista técnico, eu acho que foram criadas as condições que permitem que toda a gente que queira optar por votar, possa votar. Foi assim com o voto antecipado, no fim de semana passado, é assim com o voto em mobilidade”, disse Paulo Raimundo, que exerceu o direito de voto cerca das 11h00, na Quinta da Fonte da Prata, concelho da Moita, no distrito de Setúbal.
“Nós tínhamos um desafio grande nestas eleições, que era, à partida, estarmos confrontados com um fim de semana prolongado, com tudo o que isso implica. E em alguns casos, na Área Metropolitano de Lisboa em particular, com a coincidência com o Santo António, tudo isto criava um ambiente exigente. Mas penso que as condições foram criadas para permitir que a taxa de abstenção não seja tão elevada [como nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019]”, acrescentou o líder comunista.
Paulo Raimundo disse ainda que há “razões mais profundas” que levam algumas pessoas a não exercerem o direito de voto, mas considerou que "não é o momento para desenvolver sobre essa matéria".
André Ventura: "Acho que era importante termos uma alta participação hoje"
O presidente do Chega disse esperar que a participação nestas eleições europeias supere a das últimas, em 2019, e apelou aos eleitores que exerçam o seu direito de voto, salientando que podem fazê-lo nem qualquer parte do país. “O que nós esperamos é que à noite haja pelo menos uma vitória, que é a vitória da democracia, sinal de que superámos o resultado de participação das últimas eleições europeias, isso era muito importante, e nos aproximámos, espero eu, da participação das legislativas, embora honestamente, face aos números que vamos tendo e à visibilidade que vamos tendo, me parece um pouco complicado que esta noite se traduza também numa participação igual à das legislativas”, afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas depois de votar numa escola no Parque das Nações, em Lisboa. O líder do Chega considerou positivo que os eleitores possam votar em qualquer parte do país e disse esperar que “isso se traduza em mais gente a votar este domingo, mais gente a participar”. “Acho que era importante termos uma alta participação este domingo, porque o contexto político está instável também, e um sinal de vitalidade da democracia é o sinal do voto. São eleições europeias, é verdade, a eleição é para o Parlamento Europeu, mas não deixa de mostrar a vivacidade da nossa democracia”, defendeu.
André Ventura afirmou que “era bom mostrar que o povo português não foi apenas pontualmente às urnas de forma massiva, mas continua a ir”, salientando que se criou “uma nova cultura democrática em Portugal e hoje era um bom sinal para mostrar essa nova cultura democrática de participação, de vivacidade e de voto”.
Inês Sousa Real: "O futuro da Europa é extremamente importante para o futuro de Portugal”
A porta-voz do PAN apelou aos portugueses para participarem nas eleições europeias para que a abstenção não marque o ato eleitoral, dizendo que “o futuro da Europa é extremamente importante para o futuro de Portugal”. “Precisamos de garantir que as pessoas diretamente decidam sobre aquilo que lhes diz respeito. Sobre o aumento do custo de vida, à saúde, mas também às políticas ambientais (…). Estamos a falar de uma realidade que afeta o nosso dia-a-dia, por isso apelo a todos os portugueses que saiam para votar. Este domingo é um dia muito importante para a nossa democracia", salientou Inês de Sousa Real.
A líder do PAN a falava aos jornalistas depois de ter exercido o seu direito de voto, cerca das 12h30, na Escola Básica 2,3 de Telheiras, em Lisboa. “Há aqui um ato muito importante a tomarmos nos próximos cinco anos que vão ditar o futuro da Europa, mas também o futuro de Portugal e acima de tudo das causas que as pessoas querem ver representadas no Parlamento Europeu. Não deixem que os outros decidam por eles, é fundamental garantirmos e robustecermos a democracia”, sublinhou.
Sousa Real recordou que a Europa e o mundo estão a “enfrentar desafios muito importantes, seja com a guerra, seja com a inflação, com o aumento do custo de vida”, afirmando que não se pode “perder a batalha democrática”.