Vítor Bruno não duvida da justiça dos três pontos trazidos do Minho (1-0).

Mais de cinco anos depois, o FC Porto venceu na pedreira (1-0) e terminou a Liga Portugal 2023/24 quatro pontos à frente do SC Braga. No rescaldo do triunfo que assegurou o terceiro lugar e a qualificação para a Liga Europa, Vítor Bruno descreveu “um jogo muito calculista, dividido” em que “a equipa nunca se desarrumou do ponto de vista mental, manteve-se equilibrada e ciente do que tinha de fazer, nunca perdendo a cabeça”.

Na ótica do treinador-adjunto de Sérgio Conceição, que cumpriu castigo após ver o quinto amarelo no dérbi, “a vantagem é claramente merecida e justa frente a uma equipa de Liga dos Campeões”. “Com muita energia, muita coragem, ambição e astúcia, com mais rebentamento ou menos rebentamento, podemos resgatar a Taça de Portugal para o nosso Museu”, declarou na antecâmara da final da prova rainha.

Só um desfecho interessava
“Dois resultados chegavam para garantir o terceiro lugar, mas só um é que entrou na equação durante a semana. Estávamos à espera de um jogo difícil, o histórico recente demonstra isso e temos tido alguma dificuldade a ganhar aqui na pedreira. Entrámos bem, na fase inicial era importante castrar a capacidade de o SC Braga alimentar aquela gente no meio que tem tanta qualidade e passava muito por estrangular os espaços para que os homens da frente não fizessem emergir toda a sua capacidade individual e expressão criativa. Isso acho que fizemos bem.”

Duas partes diferentes
“Houve algum temor de ambas as partes em correr demasiados riscos, na primeira parte não houve nada que agarrasse os espetadores e quem estava no banco de suplentes. Um jogo muito calculista, dividido, nós com a iniciativa e talvez melhor 11 contra 11 do que 11 contra 10. Começámos a querer gerir em demasia o jogo, a torná-lo demasiado pausado e lento... Na segunda parte entrámos de forma diferente, trabalhámos uma ou outra coisa no intervalo, a equipa estacionou o bloco junto à área adversária. Criámos situações em catadupa perto da baliza, não conseguimos fazer o mais difícil, que era marcar golo, mas com o tempo percebemos que era possível.”

Cabeça fria
“Num ou noutro momento da segunda parte acabámos por nos despenhar com bola, correndo o risco de sofrer em transição, e o SC Braga teve um ou outro momento em que criou frisson. Mesmo assim a equipa nunca se desarrumou do ponto de vista mental, manteve-se equilibrada, ciente do que tinha de fazer, nunca perdendo a cabeça e nessa fase começou a pensar que podia jogar com o resultado. O SC Braga tinha que arriscar, os espaços iam aparecer e o Mehdi garante sempre um bocadinho mais de qualidade no último terço. Fizemos o golo e a vantagem é claramente merecida e justa frente a uma equipa de Liga dos Campeões.”

Passaporte carimbado
“A vitória assenta-nos perfeitamente e era importante comprar o bilhete que garantisse o acesso direto à Liga Europa. A equipa sabia da importância do jogo por esse motivo, fizemo-lo bem e agora vamos tentar-nos alimentar da energia que levamos daqui para um jogo complicado no próximo fim de semana, mais uma final. Com muita energia, muita coragem, ambição e astúcia, com mais rebentamento ou menos rebentamento, podemos resgatar a Taça de Portugal para o nosso Museu.”

Motivação total
“A equipa está motivada para descansar amanhã e segunda-feira entrar no Olival para começar a preparar de forma minuciosa e detalhada o jogo contra o Sporting. Vamos à luta como sempre fazemos”.