Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo

Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo
| Norte
Porto Canal / Agências

A Câmara de Gondomar aprovou esta sexta-feira, com os votos contra da oposição, o relatório e contas de 2023, que apresenta um saldo positivo de 610 mil euros, situação que o presidente atribuiu aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Na mensagem que acompanha a proposta a que Lusa teve acesso, o presidente da câmara, Marco Martins, assinala o peso que as duas guerras tiveram em 2023 ao nível político e económico, assim impedindo “a esperada e necessária redução das taxas de juro”.

“As implicações para o município de Gondomar desta situação, para além do aumento do preço dos custos e serviços correntes, refletem-se no aumento dos encargos financeiros relacionados com o serviço da dívida e criam ainda custos com as revisões de preços e com a nova legislação de reequilíbrio económico-financeiro dos contratos, sejam de prestação de serviços, sejam de empreitada”, descreve o autarca socialista.

Acresce a isto, continua Marco Martins, o ciberataque sofrido na madrugada de 27 de setembro e os “custos não previstos e muitas dificuldades na operacionalização dos serviços” daí decorrentes.

Em entrevista à Lusa, a 01 de novembro de 2023, Marco Martins revelou que o ataque já havia custado à câmara 1,5 milhões de euros só na reposição do sistema informático.

“Fora disto estão os prejuízos acumulados de dias e dias parados, pois aí estaremos a falar de muitos milhões de euros de prejuízo”, revelou, na altura, o autarca socialista.

Segundo a proposta hoje votada, a receita cobrada foi de 104.635.921,06 euros, a qual, acrescida do saldo inicial no valor de 4.043.525,84 euros, transitado de 2022, perfaz o montante global de 108.679.446,90 euros.

Por outro lado, a despesa realizada no ano em avaliação foi de 108.069.267,09 euros, pelo que o valor do saldo que transita para a gerência seguinte é de 610.179,81 euros, continua o documento.

Na proposta lê-se ainda que as “receitas correntes aumentaram sobretudo devido à assunção das competências na área da saúde desde abril”, enquanto ao nível da despesa, “e apesar do aumento de custos correntes”, manteve-se a trajetória de “diminuição do endividamento, o que permitiu alcançar uma margem de endividamento de 66 milhões de euros, superior em 10 milhões de euros à de 2022”.

Em termos de execução orçamental, a câmara do distrito do Porto mostra, no lado da receita, 86,54%, e no lado da despesa 86,05%, enquanto a execução das Grandes Opções do Plano no ano de 2023 foi de 81,23%.

Da parte da CDU, a vereadora Cristina Coelho justificou o voto contra acusando o PS de “continuar na senda das desculpas: pandemia, covid, guerras e o ataque informático” para depois “ficar aquém nas execuções orçamentais no turismo, saúde, ação social e mobilidade, detalhe em que Gondomar é um exemplo quanto aos graves problemas”.

A autarca criticou ainda o “prazo de pagamento aos fornecedores, que aumentou de 60 para 70 dias”, e que o “presidente da câmara atribuiu ao ataque informático” e que, na prática, “resultou na duplicação do passivo corrente”.

Para o vereador do PSD, Jorge Ascenção, o documento hoje votado “confirma a estratégia de empobrecimento” que denunciou na discussão do último orçamento, apontou aos “números muitos altos da despesa corrente”, dizendo “haver muitos foguetes, mas que depois as famílias não sentem o retorno”.

“Em tudo o que é investimento nós temos, face ao orçamento, menos 32 milhões de euros de receita, o que tem algum significado”, afirmou o vereador social-democrata.

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