Na Casa de Repouso Maria Augusta Gonçalves, ou Lar Bela Vista, como é apelidado, em São Roque, residem dois utentes que desde tenra idade vibram com o emblema azul e branco. Este domingo, a Dona Isabel e o Senhor Manuel embarcaram numa iniciativa do projeto “Pedalar Sem Idade” e assistiram ao jogo de hóquei em patins do FC Porto frente ao SC Tomar. A presença dos dois no Dragão Arena não passou despercebida a ninguém, com os dois portistas a entrarem no recinto numa bicicleta adaptada que os levou até ao lugar.

São os dois portistas desde que se lembram. “Sou portista claro, sempre fui, desde pequenita, não percebia nada de futebol, mas torcia pelo FC Porto sempre”, relembra a Dona Isabel.

 

 

 

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Pedalar contra a solidão

O projeto Pedalar Sem Idade tem raízes dinamarquesas e procura combater a solidão e o isolamento entre os séniores. Os mais de 230 voluntários levam semanalmente idosos com mobilidade reduzida a passear a bordo de uma bicicleta elétrica adaptada.

Cláudia Pesqueira é uma das voluntárias do projeto e foi a principal responsável pela presença dos dois portistas no jogo de hóquei deste domingo. Passeia vários utentes do Lar Bela Vista todas as semanas, mas o Senhor Barros e a Dona Isabel são passageiros frequentes, tendo já estabelecido uma boa relação com os dois. “São dos utentes mais fervorosos com o projeto e já estabelecemos uma ligação muito especial”, confessa.

Este passeio não foi o primeiro que fizeram os três. Juntos já tinham visitado o Museu do FC Porto e marcado presença em dois jogos do clube esta época, no Estádio do Dragão.

Estava em falta uma visita ao pavilhão. O Senhor Barros já lá tinha estado anteriormente para ver, precisamente, um jogo de hóquei em patins. Já estava familiarizado com a modalidade porque um dos seus irmãos era federado quando era mais novo. Por sua vez, a Dona Isabel nunca tinha visto um jogo de hóquei ao vivo. “Vejo na televisão, hoje vou ver ao vivo, espero gostar”, afirma com emoção.

A paixão azul e branca

Antes do jogo começar os dois portistas já apostavam as fichas todas na equipa da casa, que acabou mesmo por sair vitoriosa do duelo frente ao SC Tomar, por uma margem de cinco golos, todos fervorosamente festejados pelos dois adeptos.

Mas depois de terem estado no pavilhão, os corações azuis e brancos começaram a palpitar ainda mais. “Saio daqui muito mais portista”, admite a Dona Isabel, garantindo ainda ter ficado apaixonada pela modalidade.

Questionados pelo Porto Canal, os dois adeptos confessam ter ficado com vontade de voltar ao pavilhão, à boleia da voluntária Cláudia, para assistir a jogos de outras modalidades do emblema azul e branco.