Aldeia na Guarda desafia empresas a apadrinhar projeto para reflorestar mata centenária destruída por incêndio

Aldeia na Guarda desafia empresas a apadrinhar projeto para reflorestar mata centenária destruída por incêndio
| Norte
Porto Canal/ Agências

Os Baldios de Valhelhas, no concelho da Guarda, estão a promover a reflorestação de uma mata centenária destruída pelo incêndio de agosto de 2022 na serra da Estrela, desafiando as empresas a apadrinhar o projeto.

“O nosso objetivo é recuperar aquela mata que esteve ali durante 113 anos até arder. Tinha sido plantada pelos nossos avós e bisavós e a ideia é fazermos um bocadinho daquilo que eles fizeram nessa altura para que fique parecida daqui a alguns anos”, descreveu, à agência Lusa, o presidente do Conselho Diretivo da Comunidade Local dos Baldios de Valhelhas, Filipe Sanches.

Com o projeto “Bosques de Valhelhas”, a Comunidade dos Baldios pretende reflorestar a mata da Bota Rota, uma área com cerca de 25 hectares, com a colaboração do setor empresarial. A ideia é que cada empresa apoie a reflorestação e fique associada a uma área com cerca de um hectare.

Foram abordadas as maiores empresas do concelho da Guarda e a Coficab Portugal acabou por ser a primeira parceira do projeto.

A ação de reflorestação decorreu no mês de março e foram plantadas mais de 700 árvores por uma equipa de 70 voluntários, composta por adultos e crianças, colaboradores da empresa e familiares. “A Coficab participou com recursos humanos da empresa. Apresentaram-se casais e alguns com filhos e por isso a iniciativa teve ainda mais valor. Acabámos por ter pessoas de outras zonas do concelho que ganharam uma pequena ligação a Valhelhas”, realça Filipe Sanches.

Foram plantadas na mata cerca de 700 árvores e outras que não se adequando ao local foram colocadas no Parque de Merendas e na Praia Fluvial.

O objetivo na mata da Bota Rota é plantar espécies folhosas junto aos caminhos para que num eventual cenário de fogo possam servir de barreira. “Os núcleos principais da mata vão ter muita regeneração natural e já há pinheiros. Acreditamos que a regeneração vai ser muito forte”, assinala Filipe Sanches.

O responsável pela Comunidade dos Baldios referiu à Lusa que a primeira ação teve um grande impacto e que já estão sinalizadas mais algumas grandes empresas e outras de menor dimensão interessadas em participar no projeto.

A próxima ação de plantação deverá realizar-se no outono, pois os promotores acreditam que nesta campanha de primavera possa vir muito calor e seria difícil às árvores sobreviverem.

A Comunidade Local dos Baldios de Valhelhas foi criada logo após o incêndio de 2022.

“Os baldios estavam entregues à Junta de Freguesia e vimos que vinha aí um trabalho muito grande e a Freguesia tem outras coisas com que se preocupar. É uma equipa jovem e cheia de vontade de repor um bocadinho da mancha verde que havia antigamente”, sustentou Filipe Sanches. A Comunidade dos Baldios também passou a ser a entidade gestora da equipa de sapadores florestais de Valhelhas.

O incêndio de agosto de 2022 devastou 90 por cento da área florestal da freguesia. O fogo destruiu a totalidade dos cerca de 700 hectares de baldios e cerca de 600 hectares de área particular. Para além da mata da Bota Rota há mais três serras em redor de Valhelhas, a da Rachada, da Cabeça Alta e do Mor.

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