PS não criará “impasses constitucionais” mas afasta aprovação de orçamentos da direita
Porto Canal / Agências
O diretor de campanha do PS, João Torres, garantiu este domingo que o partido não irá criar “impasses constitucionais” caso se verifiquem as projeções das televisões, mas afasta a aprovação de orçamentos apresentados pela direita, cabendo-lhe “liderar a oposição”.
Em declarações aos jornalistas num hotel em Lisboa, onde os socialistas estão a acompanhar a evolução dos resultados eleitorais, João Torres reagiu aos resultados das projeções televisivas e foi questionado se o PS mantém a disponibilidade de viabilizar um Governo da Aliança Democrática (AD) caso se confirme a sua vitória.
“O PS não criará impasses constitucionais no nosso país, mas permita-me simultaneamente que seja muito claro a este respeito: o PS não é o parceiro natural da AD, não é o parceiro natural da direita no nosso país”, declarou.
O também diretor da campanha do PS salientou que, caso se confirmem as projeções, o partido “tem a obrigação de liderar a oposição e de mostrar que há um caminho e uma visão diferente”.
Interrogado se o PS abre a porta a uma negociação para uma abstenção num eventual Orçamento do Estado apresentado pela AD, João Torres respondeu: “Ninguém espera do PS que viabilize orçamentos da direita em Portugal”.
“Isso é algo que ficou muito claro e muito sublinhado ao longo das últimas semanas é que nós temos uma visão da sociedade diferente. Nós defendemos políticas públicas que são matricialmente diferentes das da AD”, referiu.
João Torres indicou que, caso se verifiquem as projeções televisivas, a obrigação do PS será também a de “convencer os portugueses, reconciliar os portugueses com as políticas públicas que defende, porque são aquelas que também contribuem para uma maior liberdade e igualdade”.