Utentes mantêm queixas três meses após início da rede Unir 

Utentes mantêm queixas três meses após início da rede Unir 
Ana Torres | Porto Canal
| Norte
Porto Canal / Agências

Vários utentes de Gaia da Unir mantêm as queixas relativas a falta de informação três meses após o início da rede de transportes rodoviários da Área Metropolitana do Porto (AMP), mas também já observam melhorias.

"Foi falado de que iria haver paragens como as da STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto], com horário em tempo real, horário publicado nas paragens, para as pessoas terem acesso, e isso não foi feito", queixou-se à Lusa Catarina Teixeira, estudante de 19 anos que todos os dias faz o percurso entre Canelas (Vila Nova de Gaia) e o Porto.

Para a estudante, também "podia haver um 'site' mais intuitivo", já que "os horários estão um bocado inacessíveis para quem não tem facilidade" em consultar a Internet, como as pessoas mais velhas.

Catarina Teixeira falava à Lusa enquanto aguardava o autocarro debaixo das arcadas de um prédio, junto à estação de metro de D. João II, numa zona já fora do interface adjacente à estação de metro, uma paragem "muito longe do ideal".

"Isto é o terminal, entre aspas. Toda a gente quer entrar aqui porque os autocarros saem daqui cheios, por isso a circulação interfere com tudo", observa, descrevendo que "às vezes há filas de autocarros, têm de dar a volta ao parque [de estacionamento de D. João II], vêm e ficam parados, interrompem a linha do metro, os carros também interferem com a movimentação dos autocarros, interferem com o trânsito todo, e os autocarros ficam muito tempo parados".

Por outro lado, com os três meses da Unir, a estudante já notou que "houve diferença, houve melhoria, os autocarros já estão mais regularizados, já há com mais frequência".

"Às vezes ainda há umas falhas, especialmente a nível do fim de semana, mas já está bem mais regularizado. Também passaram a ter linhas noturnas", o que Catarina Teixeira considera positivo, lamentando que nem todos os serviços terminem no Parque das Camélias, no Porto.

Na mesma paragem improvisada, Alberto Costa, de 52 anos e residente em Grijó, faz "um balanço mau porque não há autocarros", sentindo-se "defraudado" mas não surpreendido, uma vez que "já se sabia de antemão que a coisa ia resultar mal".

"Eles deviam ter pensado em colocar os autocarros que já existiam, ou melhor, as carreiras", reclama, dizendo que em Grijó deixou de ter "autocarro na estrada principal", e se um se atrasa, deixa de conseguir fazer ligação até às Vendas de Grijó, tendo de percorrer um quilómetro a pé.

Questionado sobre se notou alguma evolução, observa que "não há, é sempre o mesmo nível de serviço", queixando-se também que, aos fins de semana, "até não existem autocarros".

"Os interfaces não funcionam, porque isto [D. João II, no sentido sul] não é um interface", disse Alberto Costa, considerando que os passageiros correm até "riscos de vida ou de perigo, até porque estão muito encostados à berma, porque o autocarro não tem a designação para onde vai".

Por outro lado, os novos autocarros, ainda que não estejam todos pintados ou mantenham a informação do destino apenas numa folha A4, tal como sucedia com os anteriores operadores, "são muito melhores que os da [operadora] UTC, que eram mesmo maus, do pior que havia".

Florentina Dias, de 64 anos, estava há uma hora e meia à espera da camioneta para Grijó e não notou "nenhuma melhoria" face aos anteriores operadores, referindo ainda outro aspeto que arrancou com problemas na Unir: a validação.

"Tem camionetas que dá sem pagar. Tem umas que têm a máquina, tem outras que não têm", refere Florentina, que tem opinião diferente de Alberto Costa, para quem "inicialmente não havia sequer máquinas para validar, [mas] agora existem e não há problema nenhum na validação".

A Lusa questionou a AMP sobre vários assuntos relativos à implementação da rede Unir e aguarda resposta.

Quanto a D. João II, com a introdução da estação de alta velocidade ferroviária, prevista para 2030, está planeada a construção de um terminal subterrâneo para autocarros urbanos e regionais.

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