Olhar descartável entra na Casa da Felicidade para mostrar IPSS do Porto

Olhar descartável entra na Casa da Felicidade para mostrar IPSS do Porto
| Porto
Pedro Benjamim

“Eu já tenho experiência a tirar fotos”, afirma – confiante – João Pedro, um dos daqueles que vive o Espaço t, no Porto. O ponto de encontro foi na sede, a Casa da Felicidade, na Rua de Vilar. A instituição de solidariedade social abriu as portas ao ‘Olhar Descartável’ do Porto Canal. Através da entrega de máquinas fotográficas descartáveis às “gentes do Porto”, são recolhidas, guardadas e partilhadas as memórias de quem dá vida à cidade.

O Espaço t traz “novas experiências, novos desafios”, quem o diz é o responsável pelas imagens gravadas na máquina descartável. João Pedro está a poucos dias de celebrar 42 anos de idade e faz parte “há 16” daquele espaço.

O foco das imagens passou pela sede da associação para apoio à integração social e comunitária. “Fui tirando cá dentro, tudo dentro do espaço t”, diz João Pedro, que tem trissomia 21. A síndrome identificada pelo médico inglês Down, em 1866, faz com que exista um cromossoma extra, além dos dois habituais.

João Pedro, que conhece os cantos à instituição, focou-se em “tudo”. Procurou não deixar ninguém fora deste projeto, sendo ele o fotógrafo de serviço. “Eu já tenho experiências a tirar fotos”.

Nesta viagem fotográfica, com uma descartável, fotografou “a inauguração da exposição aqui em cima, a galeria, os ateliers”, conta ao Porto Canal, lembrando – sem hesitação – as imagens que só daí a dias viriam a ser reveladas.

Porto Canal

O projeto, além de trazer a visão de quem vive o Espaço t há 16 anos, foi também uma terapia. João estava a passar por um momento difícil, “por isso nós achamos também que era importante mais um desafio para o João Pedro”, contou Cláudia Oliveira, uma das responsáveis daquela instituição.

As relações interpessoais dentro da instituição, fundada em 1994, vão além do simples convívio. “Uma das pessoas mais especiais do Espaço t são todas, mas mais em especial é a Dra. Cláudia e o Dr. Jorge”, conta ao Porto Canal João Pedro. “Ou não estivesse eu aqui”, respondia Cláudia Oliveira, que estava ao lado, na conversa.

“Para mim o Espaço t sempre foi uma grande família, amigos mais chegados”, termina João Pedro.

O Espaço t

Porto Canal

A associação nasce em 1994 “num contexto social onde o empoderamento das pessoas não era uma prioridade e o trabalho com os grupos vulneráveis era muito frágil e centrado no grupo homogéneo”, escreve o Espaço t sobre si próprio no seu ‘website’. Em 2013, a associação viu o seu trabalho ser reconhecido, com a atribuição da medalha de Valor e Altruísmo, pela Câmara do Porto.

A IPSS quer ser um espaço para todos. Afirma que “o principal elemento diferenciador da Instituição é a promoção da inclusão de todos, desde o “dito normal” até ao indivíduo com doença mental e/ou física, pessoa com deficiência, imigrantes, pessoas com dificuldades psicossociais, e todos os outros”.

A arte é presença contínua nas atividades do Espaço t, um deles é o projeto Cercarte, que viaja aos bairros do Cerco e Lagarteiro, com o objetivo de “potenciar a inclusão social de crianças, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade, dotando estes bairros, de respostas integradas que combatam o abandono, absentismo e insucesso escolar”. Outro dos objetivos é apoiar a “empregabilidade e a inserção profissional, e fomentem a literacia digital”.

 
 
 
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