Porto cria nova zona de estacionamento pago

Porto cria nova zona de estacionamento pago
Porto Canal | Pedro Benjamim
| Porto
Ana Francisca Gomes

O estacionamento em três artérias da zona industrial do Porto vai começar a ser cobrado já durante o mês de Fevereiro. Na Avenida Fontes Pereira de Melo e nas ruas Manuel Pinto de Azevedo e Eng. Ferreira Dias foram formalizados 512 novos lugares de estacionamento pago que, até agora, não estavam delimitados.

O anúncio de que ia começar a ser cobrado o estacionamento na zona industrial foi feito há duas semanas pela Câmara do Porto, mas não foi avançada qualquer data. Na reunião de executivo da passada segunda-feira, o vereador Pedro Baganha, que detém o pelouro do Urbanismo e Espaço Público, adiantou como “provável” que a medida seja implementada ainda durante o mês de fevereiro.

 
 
 
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Ao Porto Canal, a autarquia liderada por Rui Moreira especifica que na Avenida Fontes Pereira de Melo passam a existir 81 lugares pagos. Um número que aumenta na rua Manuel Pinto de Azevedo, com 192 lugares, e na rua do Eng. Ferreira Dias, onde os lugares são 239. Ao todo, são 512 os lugares de estacionamento na via pública que passam a estar abrangidos.

Os parquímetros já foram instalados e vai ser cobrada a tarifa mais baixa. Uma hora custará 0,40€ e um dia completo (10 horas) 2,40€.

Medida “não é simpática para quem usa a zona”, reconhece Câmara do Porto

À margem da reunião, em declarações aos jornalistas, Pedro Baganha admitiu que esta não é uma medida “simpática” para os utilizadores da zona, que é ocupada essencialmente por empresas, mas justificou. Segundo o vereador, a decisão de implementar estacionamento pago na Zona Industrial é “necessária” e insere-se numa política de cidade e num “esforço de gestão e organização do espaço público”.

O objetivo é desincentivar o uso do transporte individual e fomentar o uso de modos suaves e transportes públicos. Para o autarca, o município não pode ter um discurso em que afirma que um dos problemas da mobilidade da cidade é o excesso de utilização do automóvel privado em detrimento do transporte coletivo público e depois em “zonas tão bem servidas” como a zona industrial – com linhas de autocarro e metro – a promoção de transporte coletivo não ser feita.

A Zona Industrial do Porto é servida por autocarros da rede STCP e por duas estações do Metro do Porto: Francos e Viso.

Atualmente, há um total de 11.500 lugares de estacionamento pagos por toda a cidade. 8.800 estão concessionados à empresa EPorto e os restantes, 2700, localizam-se na zona ocidental, onde é o próprio município, através da Polícia Municipal, que assume a cobrança de multas por estacionamento abusivo.

Nova zona prevista no contrato de concessão em vigor

A nova zona de estacionamento pago na Zona Industrial do Porto enquadra-se no atual contrato de concessão que vigora desde 2016 entre a Câmara do Porto e a EPorto, empresa do grupo Empark.

Questionada pelo Porto Canal, fonte da Câmara do Porto avançou que a decisão de criar 512 novos lugares de estacionamento pago não implica a revisão do contrato de concessão e estava já contemplada na versão inicial do documento.

PCP e Bloco opõem-se à proposta

Na última reunião de executivo, a CDU procurou travar a cobrança do estacionamento com uma proposta em que pedia que a autarquia mantivesse a zona livre de parcómetros. A proposta foi chumbada com os votos contra dos independentes e dos vereadores do PS e do PSD.

A vereadora Ilda Figueiredo defendeu a proposta comunista com os “custos que tudo isto vai ter para os trabalhadores da zona que são os principais afetados”.

A eleita pela CDU considera que, mesmo sendo cobrados apenas 2,40€ por um dia completo, a conta é pesada ao final do mês relativamente aos baixos salários dos trabalhadores. Como alternativa, o partido quer mais construção de parques de estacionamento em zonas periféricas da cidade para que não entrem carros nas zonas mais afetadas pelo trânsito.

Para a bloquista Maria Manuel Rola, que votou favoravelmente a proposta, o espaço público desta zona não tem sido intervencionado para justificar que passe a ser pago o estacionamento.

“Vamos cobrar quando os passeios não têm condições de utilização, não existe ciclovia, não existe todo um conjunto de matérias que poderiam de facto com aquilo fosse um espaço público de utilização”, considerou.

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