Mortágua distancia-se do PCP na eutanásia e Ucrânia, Raimundo diz que voto útil é na CDU
Porto Canal/Agências
A coordenadora do BE apontou este domingo a eutanásia e a guerra na Ucrânia como divergências com o PCP, tendo o secretário-geral comunista defendido que “voto útil é na CDU” e que nunca faltará a nenhuma solução pós-eleitoral positiva para Portugal.
No debate que opôs este domingo na SIC Notícias a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, foram evidentes convergências em algumas áreas e também nas críticas ao PS, desde logo quanto ao apelo de voto útil nos socialistas ou pelas propostas para a habitação, por não atacarem a raiz do problema.
Logo no arranque do frente a frente, questionada sobre o apelo de voto útil no PS feito pelo líder socialista, Mariana Mortágua criticou que, depois de uma maioria absoluta que terminou com a queda do Governo, Pedro Nuno Santos “venha fazer o mesmo apelo esfarrapado a uma nova maioria absoluta”, algo que considerou “espantoso e incompreensível”.
Já Paulo Raimundo defendeu que aquilo que se vai decidir nas legislativas antecipadas de 10 de março é a eleição de 230 deputados e, na mesma linha da líder bloquista, defendeu a ideia de que serão as maiorias que se formarem que vão decidir o futuro do país, considerando que “o voto útil é na CDU”.
Num debate em tom cordial e sem interrupções de parte a parte, foi no momento em que foi pedido que fossem apontadas as divergências que a coordenadora do BE abordou dois temas que considerou separarem bloquistas e comunistas: a lei da eutanásia e as questões internacionais, como a guerra na Ucrânia e a natureza de regimes como o da China ou de Angola.
Na resposta, o secretário-geral do PCP considerou que a eutanásia é uma “situação muito complexa” e que, num país com as condições que tem Portugal, “levanta dificuldades e problemas” que podem ter resultados perversos, não dando o tema por encerrado.
Sobre a questão internacional, Paulo Raimundo focou-se na questão da paz e em como as forças que a defendem vão conseguir responder aos constantes apelos à guerra.