“São todas boas”. Na Feira do Fumeiro de Vinhais vale mais a tradição do que a disputa pela melhor chouriça
Maria Abrantes
De portas abertas durante todo o fim-de-semana, a Feira do Fumeiro de Vinhais vai já 44ª edição. Não é à toa que a vila raiana, localizada na sub-região das Terras de Trás-os-Montes, é considerada a capital do fumeiro. Aqui, há enchidos para todos os gostos.
A tradição é passada de geração em geração, normalmente de mães para filhas, como nos conta Teresa Cunha, 70 anos, 40 dos quais dedicados ao fumeiro. “E não cobravam nada pelo ensino”, conta-nos com algum saudosismo. É, aliás, um sentimento muito presente entre vários dos comerciantes. Continuam ou retomam a atividade, em honra de quem os ensinou, e exibem com orgulho todos os produtos que confecionam de forma artesanal.
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A alheira é a rainha do fumeiro, mas entre os vários produtos destacam-se, por exemplo, o butelo e o salpicão. Mas a matéria-prima é toda a mesma: a carne de porco bísaro, criados à base de produtos oriundos da agricultura local.
Os visitantes vêm de todas as zonas do país e há quem regresse à terra, especialmente nesta altura. Cada produtor tenta exibir o seu fumeiro da melhor forma possível e o negócio corre bem por estes dias.
Espaço para a brincadeira e trocadilhos com a ‘chouriça’ também há muito, mas o reconhecimento por todos os produtos da terra é maior. “São todas boas”, responde-nos Luís, de 27 anos, que começou a ajudar a família na modernização do negócio, através da divulgação do fumeiro nas redes sociais.
Além das bancas de enchidos, existe outro pavilhão com queijos e doces regionais, mas também uma exposição de porco bísaro.