Oliveira de Azeméis, 13 ago (Lusa) - Os 500 anos do Foral de Figueiredo e Bemposta, que antecede a formação do concelho de Oliveira de Azeméis, estão a ser celebrados com uma cerveja artesanal "Rey", cuja produção limitada está disponível este fim-de-semana no mercado quinhentista local.

A iniciativa é da Associação Figueiredo de Rey, que encomendou a produção a cervejeiros de Cucujães e terá como principal momento de comercialização da bebida a recriação histórica que, de sexta-feira a domingo, leva ao Pinheiro da Bemposta uma feira manuelina envolvendo cerca de 20 entidades e 200 figurantes trajados à época.

"A cerveja é confecionada à base de água, dois tipos diferentes de lúpulo e quatro variedades de malte de cevada, e tem 8,5% de teor de álcool", explicou à Lusa Tiago Sousa, presidente da associação Figueiredo de Rey.

"Vende-se a copo ou em garrafas de meio litro e tem tido muito sucesso aqui na zona, pelo que estamos a equacionar continuar com a produção para além do mercado quinhentista deste fim de semana", acrescenta.

Vítor Oliveira, o cervejeiro que já criou a "Deusa" e agora concebeu a receita exclusiva da "Rey", descreve a bebida que celebra os cinco séculos do Foral de Figueiredo e Bemposta como "mais forte" do que as de produção industrial, tanto em termos de álcool como de textura.

"Enquanto as cervejas industriais são mais de tipo Lager, com uma fermentação baixa [a nível de temperatura], as nossas são de fermentação alta, o que envolve uma levedura diferente e lhes dá um sabor mais encorpado e um aroma frutado", explica.

A confeção da "Rey" segue a tradição belga e cumpre, aliás, as recomendações dos fabricantes do século XVI, recorrendo apenas aos ingredientes permitidos pela Lei da Pureza da Cerveja, publicada na Alemanha em 1516.

Quanto ao foral de Figueiredo e Bemposta, foi assinado a 15 de agosto de 1514 pelo rei D. Manuel e definia que o concelho integrava os territórios hoje correspondentes às localidades de Branca, Canelas, Fermelã, Palmaz, Pinheiro da Bemposta, Ribeira de Fráguas, Salreu e Travanca.

A partir de 1779, esse concelho da Bemposta passou a coexistir com o então criado município de Oliveira de Azeméis, sendo que ambos funcionam como estruturas administrativas autónomas.

Em 1855, contudo, os territórios da Bemposta foram sujeitos a nova reorganização, do que resultou a distribuição das respetivas terras por diferentes concelhos, em benefício não só do de Oliveira de Azeméis, mas também dos de Albergaria-a-Velha, Águeda e Estarreja.

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