Pinto da Costa celebra 86 anos
Porto Canal
O sentido de humor e a ironia sempre foram marcas que distinguiram Pinto da Costa, mas o que fez dele uma figura cimeira do desporto mundial foi a capacidade de transformar o FC Porto numa máquina de amealhar troféus. Nos quase 42 anos à frente do clube, Pinto da Costa já ajudou a conquistar 2.527 títulos nacionais, a que se somam 28 internacionais, nos mais diversos escalões, vertentes e modalidades.
Durante esses 15.225 dias que a série documental “Senhor Presidente” retratará, a equipa principal de futebol venceu 68 troféus, incluindo sete competições europeias e intercontinentais. Entre as dezenas de taças há uma que ocupa um lugar mais especial no coração do presidente do FC Porto: a orelhuda que João Pinto teimou em não largar no relvado do Prater.
Os números são impressionantes e a comparação com os de outros presidentes históricos dá conta da dimensão de Pinto da Costa no plano internacional. O líder do FC Porto encabeça destacado o ranking dos presidentes com mais sucesso na história do futebol, com 36 troféus de vantagem sobre Florentino Pérez, do Real Madrid.
Para alcançar tamanhos objetivos, Pinto da Costa formou equipas que tinham como pilares o rigor, a competência, a ambição e a paixão. Dirigentes como Reinaldo Teles, Armando Pimentel e Teles Roxo - e treinadores como José Maria Pedroto, Artur Jorge, José Mourinho e Sérgio Conceição - são exemplos de alguns dos homens de confiança do presidente que ajudaram a projetar o FC Porto.
Nos relvados as vitórias têm sido concretizadas por inúmeros craques. O mais goleador foi o saudoso Gomes, que Pinto da Costa contratou ao Sporting de Gijón para concretizar uma promessa eleitoral. O mais completo que viu, conforme confidenciado em entrevista à revista Dragões, foi Madjer - autor do mítico calcanhar de Viena.
A marca de Pinto da Costa no FC Porto não é só desportiva: em praticamente 42 anos o património do clube cresceu e modernizou-se. A primeira grande obra foi o rebaixamento do Estádio das Antas, que muitos consideravam impossível. Já no século XXI, as construções do Estádio do Dragão, do Dragão Arena e do Museu FC Porto realizaram três grandes sonhos do próprio e de todos os portistas.
Para defender os interesses do clube e da região Norte, Pinto da Costa nunca abdicou de denunciar o centralismo crónico português, como aconteceu numa célebre conferência de imprensa num dos pavilhões das Antas que levou a multidão ali presente ao delírio e ainda hoje é recordada como um exemplo do combate à macrocefalia lisboeta.
A vida de Jorge Nuno Pinto da Costa, que já foi homenageado por instituições como as câmaras municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia, não se esgota no desporto. Ao longo dos últimos anos, tem-se empenhado na defesa de causas como o apoio aos sem-abrigo e tem ajudado associações como o Coração da Cidade. E é um homem com diversas paixões, como os cães, o fado e a poesia. Aos 86 anos de idade, continua a viver uma vida cheia em todos os sentidos.