Chama-se 'Charmie' e é o novo robô que serve à mesa na Universidade do Minho

Chama-se 'Charmie' e é o novo robô que serve à mesa na Universidade do Minho
| Norte
Pedro Benjamim

O Laboratório de Automação e Robótica, da Universidade do Minho (UM), conta com um novo elemento que compete numa liga internacional e que esteve ao serviço dos estudantes num dos bares do campus de Azurém, em Guimarães.

'Charmie', nome do robô desenvolvido por alunos da UM, é um projeto que começou em 2017. “Éramos cinco alunos e dois professores”, conta ao Porto Canal, Tiago Ribeiro, aluno de doutoramento em Engenharia Eletrónica da Universidade do Minho, que está no projeto de desenvolvimento desde o início.

 
 
 
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Ao longo dos anos, num percurso que teve um abrandamento devido às limitações causadas pela pandemia, já passaram “cerca de 20 a 30 alunos pelo projeto”. “É uma equipa que está em constante alteração”, diz Tiago Ribeiro.

O professor responsável do Laboratório de Automação e Robótica da Universidade do Minho (UM), Fernando Ribeiro, aponta que há neste momento a trabalhar com o Charmie “dois alunos de doutoramento, um da área da mecânica e outro da área da eletrónica industrial e temos cerca de cinco alunos de mestrado em contínuo”.

Apesar de ser um robô, Tiago Ribeiro explica que há uma proximidade já que partilham muito do tempo. “A maior parte de nós já está neste projeto há vários anos. Trabalhamos nisto numa base diária. Não é de segunda a sexta, é de segunda a domingo”, aponta.

“Acaba por haver um elo de ligação a este robot. Não é como uma pessoa para nós, mas é como um colega de equipa, porque nós estamos a prepará-lo para a competição, mas quem compete é ele”.

O aluno de doutoramento fala da competição RoboCup@Home, uma liga internacional em que participaram pela primeira vez em julho deste ano em Bordéus. “Foi um excelente resultado para nós, conseguimos o 7º lugar no campeonato do munto. Fomos a equipa estreante melhor classificada”, frisa.

Nesta fase estão a trabalhar para “o material de qualificação para em julho do próximo ano voltarmos ao campeonato do Mundo”, que irá decorrer em Eindhoven, conta o aluno de doutoramento que trabalha com o Charmie desde o início.

A fase de qualificação “termina a 27 de novembro e temos que demonstrar algumas das provas que vamos desenvolver no campeonato do Mundo. Uma das provas que estamos a demonstrar é a prova do restaurante”, onde o robot é inserido num restaurante sem qualquer conhecimento prévio do espaço.

O professor, Fernando Ribeiro, não revela com toda a certeza para já os objetivos para a competição do próximo ano. “É difícil dizer que queremos ganhar, mas é possível, mas há equipas que estão a participar há 10 ou 12 anos e são muito fortes, mas nós também estamos lá para ombrear com os melhores. No ano passado fomos a única equipa que participou pela primeira vez a passar à segunda fase e só houve duas fases, mesmo assim já foi um sucesso para nós em termos científicos, mas agora queremos ir um bocadinho mais longe. Talvez os três primeiros lugares não será pedir muito”, diz de forma confiante.

O Charmie, nome com que foi batizado, vem das iniciais: Collaborative Home and Healthcare Assistant Robot by Minho Industrial Electronics, explica Tiago Ribeiro ao Porto Canal, depois de ter feito a demonstração do robô, simulando tarefas que terá de realizar para o apuramento para a competição de julho do próximo ano.

Em relação ao futuro, o professor não tem dúvidas: “podemos esperar muito”.

“Isto é um protótipo que, no fundo, tem a capacidade de se adaptar a muitas tarefas diferentes. Depende como é que programamos este robot. Nós ainda estamos neste momento a adquirir ideias para aplicar novas tarefas”, explica ao Porto Canal.

O Charmie reconhece neste momento “42 objetos diferentes, isto não contando com pessoas, ou seja, objetos que ele pode pegar e manipular são 42”, explica Tiago Ribeiro. Contudo tem a capacidade para aumentar o nível de conhecimento através do ‘machine learning’, ou seja, através de inteligência artificial.

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