Detidos da “operação Gota D’Água” ouvidos pela noite dentro no TIC do Porto

Detidos da “operação Gota D’Água” ouvidos pela noite dentro no TIC do Porto
| Porto
Porto Canal/Agências

O interrogatório aos 20 detidos da “Operação Gota D’água”, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, vai prolongar-se pela noite dentro, revelou esta quinta-feira a Lusa fonte judicial.

Segundo a mesma fonte, o processo que “os mais de 10 advogados têm para consultar contém 300 páginas”, situação que torna moroso o avançar dos procedimentos.

Por lei, assim que são detidos, os arguidos têm 48 horas para serem presentes a um juiz de instrução criminal.

Os arguidos foram chegando aos poucos, ao longo da tarde desta quinta-feira, ao TIC, transportados em carros e carrinhas da Polícia Judiciária (PJ), tendo os primeiros chegado cerca das 14:30 e os últimos às 16:37, confirmou a Lusa no local.

A PJ anunciou na quarta-feira em comunicado a detenção de 20 pessoas e a realização de 60 buscas a entidades públicas e privadas.

“A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real com o apoio de outras unidades da PJ, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto, procedeu à realização de 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que visaram diversos particulares, empresas e entidades públicas sitas em diferentes concelhos do território nacional, designadamente em Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu”, refere a PJ, em comunicado.

Segundo a PJ, a Operação Gota D’água “tem por objeto a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas” destinadas a consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, captações, ribeiras, furos e poços, estando em causa crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documento agravado, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.

O Laboratório Regional de Trás-os-Montes, em Mirandela, que foi alvo das buscas policiais por suspeitas de falsificação de análises de água, afirmou na quarta-feira à Lusa estar “surpreendido” com a investigação, garantindo estar colaborar com as autoridades.

Os 20 detidos, com idades entre os 25 e 61 anos, são funcionários e dirigentes do laboratório, assim como dirigentes e eleitos locais das entidades gestores e ou empresas (câmaras municipais e empresas concessionárias), sendo ainda constituídos “vários outros arguidos”.

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