"Até chorei". Fernando Freitas, o eterno ‘115’, visitou Estádio do Dragão e lembrou conquistas ao serviço do FC Porto
Porto Canal
Fernando Freitas, ex-jogador do FC Porto e um dos obreiros do bicampeonato nacional conquistado em 1977/78 e 1978/79, visitou o Estádio do Dragão, relembrando os tempos que passou na Invicta. Popularmente conhecido como “115”, dada a ímpar eficácia defensiva que ostentava, foi com saudosismo que o antigo atleta recordou a sua passagem nos ‘Azuis e Brancos’.
“O FC Porto só por si joga para ganhar. Os jogadores jogam para ganhar. Eu vim ver o Porto a ganhar. É sempre bom recordar, recordar não digo as instalações porque as minhas ainda eram lá nas Antas”, sublinha o pronto-socorro na defesa do Belenenses, primeiro, e depois do FC Porto, no qual se afigurou como um pilar indispensável.
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Nascido no dia 21 de julho de 1947 na cidade de Lobito, Angola, Freitas aterrou em território nacional para jogar no Belenenses e, nove épocas depois, durante as quais foi vice-campeão nacional, rumou ao FC Porto.
A sua estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 4 de setembro de 1976 em pleno Estádio das Antas, com um categórico triunfo frente ao Portimonense, por 3-0, em partida referente à 1ª jornada do Campeonato Nacional de 1976/77.
Após uma primeira época ao serviço dos ‘Dragões’ onde nem sempre foi titular, conquistaria a Taça de Portugal, num braço de ferro diante do SC Braga, afirmando-se, na temporada seguinte, como um dos principais elementos na equipa orientada por José Maria Pedroto que venceu os dois Campeonatos Nacionais em 1977/78 e 1978/79, colocando fim a um jejum de 20 anos do conjunto ‘azul e branco’.
“No ano em que cheguei, fui bicampeão. Até chorei. Nem sei explicar qual é a sensação que tive”, sublinhou o antigo defesa, desvendando, pleno de bom humor, o momento em que deu o sim ao FC Porto, proveniente do Belenenses.
“Quando vim do Belenenses aqui para o FC Porto eu fui abordado. Aliás, fui abordado pelo Oliveira em pleno jogo, em pleno Estádio do Restelo, que queriam falar comigo, mas como o Oliveira estava sempre na brincadeira, eu disse: “Oh Oliveira, queres adormecer-me, a ver se eu facilito”… Mas lá no fim foi verdade. Combinamos com o presidente na altura era diretor e fomos para Algés, Miraflores, onde foi o encontro. Mas com uma curiosidade. Estava em Alvalade, na porta 10ª, lá à minha espera e eu desviei”, frisou Fernando Freitas.
O magistoso defensor enchia as medidas do adepto que nas bancadas do antigo Estádio das Antas vibrava com a sua presença em campo, tendo sido peça fulcral para José Maria Pedroto.
O mítico “115” foi ainda internacional português por nove ocasiões, transpondo toda a classe que demonstrou na Invicta ao serviço das cores nacionais.