Quase um mês depois, Câmara de Gondomar ainda não recuperou a 100% de ataque informático
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Porto Canal
Foi há cerca de um mês, a 27 de setembro, que a Câmara de Gondomar foi alvo de um ataque informático onde mais de mil computadores terão sido afetados. Quase trinta dias depois, o sistema informático da autarquia liderada pelo socialista Marco Martins continua a ‘meio gás’ e não está a funcionar a 100%.
Tal como o Porto Canal noticiou, o ataque terá começado por volta da uma e meia da manhã e a encriptação de informação cerca de uma hora depois, por volta das 02h20. Duas semanas depois, os dados roubados foram leiloados na “dark web” e o preço base foi estipulado em bitcoins, sendo equivalente a 260 mil euros. Os responsáveis pelo ataque dizem ter "dados exclusivos, únicos e impressionantes" como cartões de cidadão, passaportes e ainda uma listagem com os números de investimentos do município.
Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar admitiu que este ataque terá uma despesa incalculável, devido aos danos de produção associados ao mesmo. Quase um mês depois do sucedido, a Câmara Municipal de Gondomar ainda não tem o sistema a funcionar normalmente. Contactada pelo Porto Canal, a CM Gondomar revela que terá uma posição oficial nos próximos dias.
O Porto Canal sabe que, de momento, o mais importante para a Câmara de Gondomar é tentar retomar a normalidade. “Estamos em período de adaptação no dia a dia e a tentar responder aos munícipes da melhor forma, em circunstâncias excecionais", afirma a autarquia. Desta forma, doze dias depois do ataque, a Câmara de Gondomar define “internamente metodologias em circuitos em papel”, que tinham sido desmaterializados em 2016.
"Regredimos oito anos e voltámos a tratar tudo em papel", escreve Marco Martins na rede sociail Instagram.
No passado dia 9 de outubro, o JN noticiou que foi efetuado um pedido de resgate à Câmara de Gondomar no valor de “20 bitcoins”, cerca de meio milhão de euros. Foi também realizado um segundo de 30 bitcoins (750 mil euros). No entanto, "nunca foi aconselhado pelas autoridades responder a qualquer um deles".
O processo continua a ser coordenado pela Polícia Judiciária e a Câmara já fez denúncias ao Ministério Público e contratou técnicos especializados “para tentar salvar dados”.