Centro de Arte Alberto Carneiro de Santo Tirso acolhe exposição “Portelos, cancelas e biqueiros"
Porto Canal/Agências
O Centro de Arte Alberto Carneiro (CAAC), em Santo Tirso, acolhe, a partir de quinta-feira, a exposição “Portelos, cancelas e biqueiros”, um projeto fotográfico do artista plástico Samuel Silva que resultou da revisitação de lugares agrícolas.
Em declarações à agência Lusa, o também investigador e professor contou que este projeto teve início em 2013, altura em que chegou a expô-lo no Laboratório das Artes, em Guimarães, e que 10 anos depois revisitou os lugares fotografados e sentiu “uma espécie de suspensão no tempo”.
“Revisitar esses lugares [aldeias de Cabeceiras de Basto, Montalegre e Alturas do Barroso] foi uma experiência muito interessante. Há uma espécie de suspensão no tempo. Estava tudo assustadoramente igual, o que dá uma espécie de prazer em simultâneo. Esses lugares são, comummente, vistos como periféricos, mas lá encontro outras centralidades e retiro grandes lições”, descreveu.
Samuel Silva contou que fotografar construções agrícolas sempre o interessou porque sempre lhe interessaram “as lógicas de reutilização de materiais e a imprevisibilidade”.
Em três diaporamas, cada um com 20 a 30 imagens conjugadas com uma dimensão sonora, estará um conjunto de fotografias sobre estruturas agrícolas improvisadas.
As paisagens sonoras são da autoria do artista Fernando José Pereira.
Uma grande instalação com desenhos e uma paisagem sonora para ser escutada fora do centro de artes, entre as hortas urbanas de Santo Tirso e a zona ribeirinha do rio Ave, completam a exposição.
À Lusa, Samuel Silva frisou que “Portelos, cancelas e biqueiros” dialogará com a obra de Alberto Carneiro, artista que o inspira por ter sido “fundamental na construção de muitos pressupostos da arte contemporânea hoje [herdados]”, disse.
“Acredito que a exposição convida à conversa com Alberto Carneiro e com o seu legado artístico, filosófico e estético. Os diaporamas vão entrar dentro da exposição do Alberto convidando-o a conversar”, concluiu.
A mostra estará patente até 15 de outubro.
Samuel Silva é professor auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.