Agricultores em marcha lenta contra medidas que serão "a ruína da produção nacional"

| Norte
Porto Canal com Lusa

Dezenas de tratores percorreram hoje, em marcha lenta, o percurso entre Ovar e Aveiro, em protesto contra o fim das quotas leiteiras e o aumento das importações e marcas brancas, que consideram ser causas da "ruína" da produção agrícola nacional.

A iniciativa foi organizada pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura e contou com a participação de cerca de 50 empresários agrícolas dos concelhos de Ovar, Murtosa e Estarreja, e também da freguesia de Loureiro, em Oliveira de Azeméis.

Albino Silva, presidente da ALDA, disse à Lusa que "grande parte" dos agricultores "está na iminência de perder as suas explorações, porque enfrentam grandes problemas e têm poucas perspetivas de sair do buraco em que o Governo os está a meter".

Entre as dificuldades que os agricultores enfrentam incluem-se: a diminuição do preço pago ao por cada litro de leite, o aumento do preço do gasóleo agrícola e o aumento de outros custos de produção como as rações para animais, o acréscimo de impostos cobrados aos agricultores, além do fim das quotas leiteiras anunciado para 2015, com o que isso tem de implicações para os pequenos proprietários, explicou.

"Com isso tudo a juntar-se ao aumento das importações [de caráter agrícola] e à propagação das marcas brancas, estão a arruinar a produção nacional", garante Albino Silva.

"A assinatura do fim das quotas leiteiras já está a ter os seus reflexos e vai significar o fim da produção de leite em Portugal", acrescenta o presidente da ALDA. "Se dantes já reclamávamos que o que os produtores de leite recebiam praticamente só pagava as despesas, agora as perspetivas são ainda mais negras", acrescenta o presidente da ALDA.

Vitor Domingos, que tem uma exploração leiteira em S. Vicente Pereira, em Ovar, realça que o que mais revolta a classe "é ver que o preço que pagam ao agricultor por cada litro de leite baixou 4 cêntimos, enquanto nas grandes superfícies, para ser vendido ao público, subiu 6".

"Para quem é que vai essa diferença?", questiona. "É que há quem esteja a ganhar com isto, enquanto a nós continua-nos sempre a sair do bolso", afirma.

Paulo Andrade, outro empresário, acrescenta: "Baixam-nos o leite, mas sobem o gasóleo, sobem as rações e, um dia destes, não dá para produzir nem leite, nem carne".

Sobre a questão específica do fim das quotas leiteiras, o agricultor defende que "a Lactogal [que reúne produtores do Minho, Trás-os-Montes, Mondego e Proleite] foi uma coisa que nasceu boa, mas só para meia dúzia de produtores".

"Decidem tudo à maneira deles e os pequenos não têm hipótese", explica.

Para Paulo Andrade, "está tudo muito crítico nesta altura" e o Governo "tem que pensar a sério nestas coisas, porque um dia destes dá cabo disto tudo e sem agricultura não há país que se safe".

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