Viana do Castelo, 22 jul (Lusa) - Uma bicicleta com três rodas, elétrica e em madeira, criada por alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), vai ser apresentada na sexta-feira, disse hoje à Lusa o responsável do curso de mestrado em 'design' integrado.

Designado por projeto "Raiooo" o veículo foi desenvolvido por 19 alunos em parceria com empresas e instituições da região.

"É um protótipo que materializa um projeto mais abrangente, na medida em que pretende impulsionar e fomentar a utilização das ciclovias. A ideia vai ser proposta às câmaras da região Norte como serviço de 'Sharing Bike'. Posteriormente o objetivo é alargar a proposta a todo o país, a partir do final deste ano", explicou à Lusa Ermanno Aparo, coordenador do mestrado em design integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPVC.

Este veículo difere do modelo normal por ser constituído por três rodas, ser feito em madeira e possuir um motor elétrico.

De acordo com o docente foram contatadas várias autarquias da região norte, entre elas a Câmara de Viana do Castelo que manifestou interesse assistir ao lançamento oficial do veículo "inovador", na sexta-feira.

O ciclista Rui Sousa, da equipa de ciclismo do Boavista, natural de Viana do Castelo, é o padrinho do projeto.

O projeto 'Raiooo' vai ser apresentado publicamente na oficina cultural do IPVC, no âmbito da exposição dos projetos dos alunos dos cursos de design.

"Tendo em conta que os modelos de bicicleta hoje, constantemente à procura de novas e mais eficazes configurações, pedem uma nova flexibilidade, a ideia foi criar um meio alternativo e diferente de viver o espaço urbano" explicou o docente.

O projeto pretende ainda facilitar a abertura de "portas aos alunos para assim conseguirem maiores oportunidades no mercado de trabalho".

O novo conceito de bicicleta urbana apresenta-se como meio de transporte "mais estável e seguro na mobilidade urbana".

"Esta configuração é neste momento um fator de relevo no âmbito da oferta de mobilidade de algumas cidades do mundo como elemento diferenciador e catalisadores de novas funcionalidades", sustentou.

Ermanno Aparo explicou que cidades como Los Angeles, Nova Iorque, Rio de Janeiro, Pequim, Singapura, Nova Deli, Cidade do México, Moscovo, Barcelona, Londres, Amsterdão ou Copenhaga "têm redescoberto este meio de transporte, eleito como o ideal para a locomoção na cidade".

Pretende também constituir-se como uma plataforma experimental de cooperação entre empresas que, num contexto de ensino politécnico, possam proporcionar novas parcerias estratégicas.

No entanto, este modelo, que vai ser registado pelo IPVC, "não poderá ser comercializado por nenhuma empresa porque nenhuma terá acesso ao à sua composição integral".

"O envolvimento das empresas passará pela produção de componentes individuais da bicicleta", explicou o docente.

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