Comerciantes da Ribeira indignados com a restrição de circulação na Ponte Luiz I
Catarina Cunha
O tabuleiro inferior da Ponte Luiz I, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, reabriu ao trânsito no passado dia 14 de abril depois de um ano e meio em obras, mas apenas para a passagem de peões, transportes públicos, táxis e velocípedes. Carros e TVDE estão proibidos de circular.
Na ribeira do Porto, a porta de entrada para a cidade, os comerciantes da restauração mostram-se descontentes e insatisfeitos com esta decisão, que “caiu” como um autêntico “balde de água fria”. A proprietária do café “Hasta Pública”, Marina Machado, nascida e criada nessa zona da Invicta, ressalva ao Porto Canal que “é uma injustiça o que estão a fazer". "Tanto tempo que estivemos à espera para passar e só estamos a romper dinheiro”.
Algumas portas ao lado deste estabelecimento comercial, encontramos o dono do restaurante “A Marina”, que admite que “as obras eram necessárias, mas não o fecho da ponte” e que isso trouxe uma grande “perda de tempo” e um aumento dos custos, uma vez que as deslocações, agora, são acrescidas.
“Nós vamos às compras dia sim e dia não. Portanto, temos de ir pela Ponte do Freixo para ir às compras”, na zona de Gaia, o que “demora muito mais tempo. Alguns moradores até têm avenças em parques de estacionamento em frente (Gaia) e têm de dar uma grande volta para ir estacionar o carro”, acrescenta Adelino Silva. Nesse sentido, a comerciante Marina Machado, comenta ainda que o trânsito está um “pandemónio” e que isso atrasa sobretudo o horário de entrada ao trabalho.
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Um funcionário do restaurante Avó Maria também confirma este condicionamento do comércio na Ribeira e ainda questiona o motivo da realização da obra na ponte. Pedro Torres vai mais longe ao afirmar que “a ribeira está completamente ao abandono, porque esta Câmara Municipal só trabalha para a Foz, para as elites”. “O nosso presidente tem falhado muito com a Ribeira do Porto, que tem sido muito massacrada. Estão a brincar com o Porto”, completa o colaborador.
Fiscalização na Ponte Luiz I
Os comerciantes revelaram que há vigilância policial, todos os dias, na ponte Luiz I, mas alguns condutores ainda fazem a travessia, quando, não existe fiscalização, como por exemplo ao final do dia. “Depois das 19 horas passam carros, as pessoas que vêm de trabalhar”, evidencia a proprietária do restaurante “Hasta Pública”. O Porto Canal esteve no local e pôde comprovar que o mesmo não estava a ser fiscalizado.
Quanto ao futuro, os comerciantes esperam uma solução. “Tudo o que nos põem no prato, a gente come. E a gente não havia de comer, havia de saltar para a rua para fazer barulho. Espero que isto não vá continuar. Se isto continuar, os filhos da Ribeira vão para ali para a ponte”, frisa Marina Machado.
Notícia editada por Francisco Graça