PLP, no Governo em Timor-Leste, quer continuar plataforma do executivo após eleições

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Porto Canal / Agências

O presidente do Partido Libertação Popular (PLP) e atual primeiro-ministro timorense disse este sábado que quer dar continuidade à plataforma que apoia o atual Governo depois das eleições de 21 de maio, ampliando-a a outras forças políticas.

"Todos vocês têm uma grande responsabilidade. Damos as garantias do PLP que a plataforma vai continuar", afirmou Taur Matan Ruak, na abertura da 2.ª Conferência Nacional do Partido, em Díli.

"Quando os partidos reafirmam que estão prontos para manter a plataforma, isso significa que o IX Governo vai avançar, que o IX Governo será da plataforma", afirmou, referindo à plataforma que envolve o PLP, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Apesar de reafirmarem a intenção de dar continuidade à plataforma pós-eleitoral as forças políticas confirmaram já que se vão apresentar sozinhas nas eleições de 21 de maio.

Momentos antes e no mesmo palco, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, defendeu igualmente a continuidade da plataforma depois da votação, afirmando que essa aliança deve ser alargada a outras forças.  

Taur Matan Ruak concordou com a necessidade de "abrir mais esta inclusão", de que mais partidos trabalhem juntos, e deu como exemplo forças políticas como o Partido Democrático (PD), que apesar de não integrar a plataforma "nunca negou o seu voto a programas e iniciativas".

"Temos que abrir mais, temos que estar juntos", sublinhou.

O presidente do PLP considerou que essa aliança mais ampla ajudará a combater o que considera ter sido "o maior fator destabilizador da nação, o fator político", considerando que afetou "a estabilidade governativa" no país.

E disse que é essencial recordar que a luta pela independência e democracia em Timor-Leste foi uma conquista e não um presente.

"A independência não nos foi dada de bandeja. Implicou o sacrifico, a morte de muitas famílias para se conseguir. A democracia, independência não nos foram entregues de bandeja. Conquistamos isso com esforço e luta", afirmou.

Taur Matan Ruak disse aos delegados do Congresso que sempre que alguém do estrangeiro lhe fala sobre democracia e direitos humanos, lhes recorda que alguns dos seus governos "apoiaram o ditador" indonésio durante a ocupação.

"A democracia e os direitos humanos foram uma conquista nossa", vincou, apontando os progressos no país conseguidos nos últimos anos, com posições elevadas nos 'rankings' da democracia e da liberdade de imprensa, melhorias noutros indicadores, incluindo esperança de vida.

Ainda assim, apontou, o país continua a enfrentar grandes desafios, com a "pobreza multidimensional a afetar 48,3% da população, a má nutrição a afetar 47% da população e a insegurança alimentar a atingir 36% dos timorenses.

Daí que, vincou, o Governo tem procurado atuar com medidas para "trazer as pessoas" para o centro das políticas orçamentais, considerando isso uma das iniciativas mais importantes do Governo, a par de mudanças na forma como se gasta o dinheiro público "com mais transparência e responsabilização" e melhor planeamento.

O primeiro discurso da conferência foi proferido por Mari Alkatiri, que também destacou a solidez da plataforma durante a governação.

"A Fretilin, o PLP e o KHUNTO formam uma plataforma de entendimento que continua até agora. Diziam muitas coisas sobre o Governo, mas agora ficam assustados com os programas de habitação, a cesta básica, o sucesso no combate pandemia [de covid-19]. E não vou fazer a grande lista dos sucessos deste Governo", disse.

"A plataforma continua. Continua agora e depois das eleições. Da parte da Fretilin garanto que a plataforma não está destruída", afirmou.

Considerando que ele próprio e os partidos da plataforma "são agora alvos de intrigas, de investidas", disse que aguenta "os choques" e que sempre trabalhou melhor sob pressão.

"Agora até dizem que não sou timorense, que sou árabe. O meu caráter é de que eu trabalho melhor sob pressão. Quando tenho pressão reajo positivamente", afirmou Alkatiri.

"A plataforma não fecha, vai ser a base para uma ainda maior inclusão depois das eleições. Temos que estar todos juntos", disse.

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