Associação de transitários rejeitam que preço esteja na origem das paralisações em Leixões

| Economia
Porto Canal / Agências

O presidente da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), António Nabo Martins, descartou que o preço esteja na origem das demoras que levaram à paralisação de alguns camiões no porto de Leixões, atribuindo responsabilidades ao novo sistema informático.

"Houve uma transição dos sistemas informáticos [...] e isso tem provocado tempos de demora que não eram normais acontecerem na APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo", disse o responsável da APAT à Lusa.

Em causa está uma paralisação de operadores rodoviários no porto de Leixões, que durará até ao final da semana, após não terem chegado a acordo com a administração portuária e restantes agentes do setor quanto a preços e compensações financeiras devido aos tempos de espera no porto.

"A meu ver, isso não tem a ver com o preço. A questão do preço surge porque obviamente, se um camião está para entregar um contentor duas horas e passa a demorar quatro ou cinco, os custos de imobilização do camião também disparam, como é evidente", acrescentou Nabo Martins à Lusa.

O presidente da APAT ressalvou que não tem "de se pronunciar sobre a questão do preço", que é "uma relação comercial entre os transportadores rodoviários e quem lhes contrata o serviço".

"O que nós dizemos é que podemos aumentar o preço em 3.000 euros que não resolvemos a ineficiência existente", insistiu, já que "o problema neste momento não é provocado por o preço ser baixo ou pelo preço ser alto", mas sim pela adaptação a um novo sistema.

Na sexta-feira, fonte oficial da APDL tinha adiantado à Lusa que os tempos de espera "estão a aproximar-se paulatinamente dos normais", estando em causa a implementação de um novo sistema operativo de terminais Navis4, que segundo a APDL é "o mais utilizado em todo o mundo".

"O novo sistema prevê um aumento da eficiência que vai acontecer em breve", disse fonte da APDL à Lusa, explicando que a entrada em vigor de um novo sistema de operação "tem necessariamente um período de adaptação, quer do sistema quer dos recursos humanos que estão a lidar com novo sistema".

Já esta quarta-feira, a APDL reconheceu que "esta situação e os constrangimentos provocados pelas obras de repavimentação dos terminais levaram os transportadores a manifestar a sua preocupação", apontando para "brevemente" a sua conclusão no terminal norte "e em meados de junho, no terminal sul".

"Penso que utrapassadas estas questões, o porto voltará a ser aquilo que nos habituou", concluiu António Nabo Martins, nas declarações à Lusa.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) defendeu, face à paralisação de camionistas no porto de Leixões, que o preço a pagar pelo transporte deve aumentar.

De acordo com o porta-voz das transportadoras de mercadorias, André Matias de Almeida, "os transportes do porto de Leixões estão assumidos por algumas associações que representam alguns dos maiores operadores do mundo" e o preço que pagam "é, efetivamente, baixo e abaixo da média europeia, para o serviço que é prestado".

Também a vogal da APDL e presidente interina da administração portuária, Cláudia Soutinho, defendeu que o aumento dos preços dos transportadores "tem mesmo que acontecer", pois "trabalham com preços francamente abaixo, por exemplo, de Lisboa", estando em causa os "agentes de navegação e dos transitários, que é quem contrata os transportadores para virem ao porto buscar a mercadoria".

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