Buscas na Câmara de Lisboa por suspeitas de corrupção
Porto Canal
A Polícia Judiciária (PJ) fez, esta terça-feira, buscas na Câmara de Lisboa por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação, numa nomeação para prestação de serviços assinada em 2015 por Fernando Medina, o atual ministro das Finanças, que na altura dos factos que estão em investigação era presidente da autarquia.
A notícia foi avançada esta quarta-feira pela TVI/CNN Portugal, que adiantou que as buscas foram realizadas pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção.
Em causa está a contratação da empresa de Joaquim Morão, histórico socialista e ex-autarca de Castelo Branco e de Idanha a Nova, para a gestão das obras públicas da capital, que será um dos suspeitos, juntamente com o amigo e empresário António Realinho.
O Ministério Público crê que o propósito do esquema visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis.
As autoridades investigam suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação, sendo o período em análise é entre 2015 e 2016.
O primeiro contrato, de seis meses, foi assinado em Junho de 2015 com a empresa JLD – Consultoria Unipessoal, Lda, de Joaquim Morão e previa que este concedesse apoio técnico na gestão de projetos e na construção de infra-estruturas municipais. A autarquia lisboeta pagou-lhe 22.550 euros mais IVA, num total de 3750 euros mensais.
“Não tenho conhecimento de qualquer investigação sobre o tema referido. Os processos de contratação da Câmara Municipal de Lisboa eram instruídos pelos serviços competentes para contratação, no cumprimento das normas aplicáveis”, respondeu Fernando Medina à TVI/CNN Portugal.
O ministro das Finanças será chamado a esclarecer se estava a par da contratação que assinou no valor de “dezenas de milhares de euros”.