Sérgio Conceição mostrou-se feliz com o resultado mas não tanto com a exibição frente ao Famalicão (4-1).

O FC Porto reduziu até aos cinco pontos a distância para o primeiro lugar e detém tanto o melhor ataque (a par do Benfica) como a melhor defesa da Liga (a par do Casa Pia). A conjugação dos resultados no dérbi lisboeta e no Estádio do Dragão (4-1) assim o ditaram, porém Sérgio Conceição deixou claro: “Apesar do resultado e da vitória não foi dos jogos que mais me agradaram”.

Pouco satisfeito com o “muito” que foi “permitido ao adversário em posse”, o treinador portista queria ter visto “uma equipa muito mais presente e pressionante” antes de apontar o foco para “o próximo jogo que vai ser difícil e mais uma final”. “Não adianta olhar para o lado quando temos trabalho para fazer, se não tropeçamos”, conclui em jeito de aviso.

Uma faca de dois gumes

“Apesar do resultado e da vitória não foi dos jogos que mais me agradaram. Demos muito ao adversário, que teve posse de bola inofensiva, mas os médios jogaram mais do que permitimos. Tínhamos bem presente a zona de pressão, mas o timing não foi ajustado. Não gostei muito, sinceramente, ganhámos 4-1 com golos bonitos e algumas combinações com qualidade, mas no global não gostei como gostei de outros jogos. É a minha opinião muito sincera.”

Mérito e demérito

“Os médios jogaram muito à vontade na primeira parte, não percebemos que os laterais estavam baixos e que era essa a ligação. Não contrariámos isso, sabíamos a qualidade individual e o momento positivo do Famalicão, mas os adversários têm de sentir muita dificuldade em fazer mais de três ou quatro passes. Somos uma equipa muito mais presente e pressionante, percebendo onde o adversário entra na segunda fase e acho que recuperámos a bola baixa, a 60 ou 70 metros da baliza e normalmente somos uma equipa que percebe melhor a organização defensiva. O terceiro golo foi uma boa recuperação, mas normalmente fazemo-las noutras zonas. Hoje não fomos capazes por mérito do adversário e demérito nosso também.”

Resultado escasso

“Há equipas que vêm aqui com uma ousadia superior, outras que se fecham no terço defensivo num bloco baixo e os espaços a explorar são outros. Sabíamos o comportamento do Famalicão, trabalhámos e alertámos os jogadores e fizemos golos. Dentro desse processo ofensivo, quando tínhamos a bola, podíamos e devíamos ter recuperado noutras zonas do campo. O que vi, do banco, achei que nunca tivemos o controlo do jogo apesar do resultado. É um resultado justíssimo, podíamos até ter feito mais golos, mas permitimos muito ao adversário em posse.”

O empate no dérbi

“Não adianta nada se não fizermos o nosso trabalho. Não dependemos de nós e o nosso foco e dedicação é no dia a dia, olhando já para ao próximo jogo que vai ser difícil e mais uma final. Não adianta olhar para o lado quando temos trabalho para fazer, se não tropeçamos. Como disse, não dependemos de nós.”