É um relatório de contas da companhia aérea que está a ser avançado em exclusivo pelo jornal ECO: depois de dois anos com prejuízos acima de 1,2 mil milhões de euros e de um pacote de ajuda financeiro do Estado de 3,2 mil milhões de euros, a TAP prepara-se para fechar o ano com lucros pela primeira vez nos últimos cinco anos.

A concretizar-se este cenário feito pela equipa de gestão da TAP, a companhia pode apresentar níveis de liquidez semelhantes ao registados em 2019: 775 milhões de euros em caixa.

Esta é uma mudança drástica em comparação aos últimos anos. A TAP tem apresentado prejuízos avultados já antes do período pandémico, que obrigou a uma paragem quase completa de todas as operações. Em 2020, ano marcado pela covid-19, a transportadora registou perdas de 1,2 mil milhões de uros. No ano seguinte, o resultado operacional seria ainda pior – 1,6 mil milhões de prejuízo.

Agora, já depois de uma injeção de capital por parte do Estado no valor de 3,2 mil milhões de euros para “sanear” contas e reestruturar a empresa, a TAP deve apresentar o primeiro resultado líquido nos últimos cinco anos.

Os resultados finais ainda não são conhecidos, mas a expectativa é alta por parte da TAP, servindo de “amortecedor” às críticas públicas depois do caso mediático da indemnização da ex-administradora Alexandra Reis, no valor de 500 mil euros, que valeu a demissão de dois secretários de Estado e do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Segundo terá apurado o ECO junto da gestão da TAP, os bons resultados podem acontecer pela valorização de três fatores: recuperação do turismo pós-pandemia, diminuição da folha salarial da TAP e gestão apertada dos custos de combustível para as aeronaves.

A última vez que a companhia aérea terminou um ano com lucros foi em 2017, com a TAP a registar lucros de 23 milhões de euros e resultados operacionais de 106 milhões de euros. Em 2023, a TAP tem pagamento de dívida à vista, com o vencimento de obrigações da empresa no valor de 200 milhões de euros.