Maria Amélia Canossa foi distinguida com o Dragão de Ouro na categoria “Recordação”, na cerimónia deste ano dos Dragões de Ouro. A cantora foi a responsável por dar voz ao hino e à marcha do FC Porto a partir de 1952.

“Onde é que ela está, ela está muito contente com esta lembrança”, disse João Alberto Canossa, filho de Maria Amélia Canossa, no momento em que recebeu o galardão.

A artista vivia num lar de repouso em Mafra e acabou por morrer no início do ano, em janeiro, aos 88 anos.

A carreira musical incluiu vários êxitos entre as décadas de 1940 e 1960, mas foi com o Hino e a Marcha do FC Porto que o seu nome se tornou conhecido. Maria Amélia Canossa tinha apenas 18 anos aquando da gravação do hino, no Teatro de S. João, no Porto.

Numa entrevista concedida em 2009, citada pelo site do FC Porto, a cantora recordava a gravação da obra-prima portista: “Queria um hino que, aos primeiros acordes, fosse um hino vencedor. Que até os jogadores, ao entrarem em campo, sentissem um impulso que lhes desse força e um hino que transbordasse poder”.

Como mais tarde lembraria o clube azul e branco, Maria Amélia Canossa nasceu no seio de uma família portista em outubro de 1933. A “Princesa da Rádio” começou a frequentar as bancadas do Campo da Constituição com apenas seis anos, pela mão do pai e do avô, em tempos bem diferentes da história do FC Porto. Pouco depois, ainda muito jovem, começou a colaborar com a Rádio Clube do Norte e deu início a uma carreira intrinsecamente ligada à grande paixão da sua vida.

“Em meados do século XX, deu a cara e a voz nos espetáculos de angariação de fundos para a construção do Estádio das Antas - que tiveram lugar na nave central do Palácio de Cristal - e foi aí que germinou a Marcha do FC Porto, de que também é intérprete. O ex-líbris do seu repertório musical viria a surgir praticamente de imediato”, conta o clube.
Com este Dragão de Ouro, o FC Porto honra uma vez mais a memória da grande intérprete, artista, portuense e portista Maria Amélia Canossa.