Matosinhos assinala 75 anos de uma das maiores tragédias no mar. Mais de 150 pescadores morreram

Matosinhos assinala 75 anos de uma das maiores tragédias no mar. Mais de 150 pescadores morreram
| Norte
Porto Canal

Na noite desta quinta-feira assinalaram-se 75 anos daquele que foi o acidente no mar mais trágico de Matosinhos. Naquela noite, 152 pescadores morreram. São vidas e famílias marcadas por uma tempestade que surpreendeu os homens do mar em 1947.

Esta tragédia continua viva na memória dos matosinhenses. Dos que se lembram e dos que ouviram vezes sem conta esta história dramática, cujos contornos trágicos foi passando de pais para filhos. É tempo de recordar o dramatismo, a dor e a saudade sentidos pelas famílias dos 152 pescadores mortos no naufrágio de 2 de dezembro de 1947.

Existem acontecimentos históricos que, pela sua dimensão trágica, ficam inevitavelmente marcados na memória das comunidades, mesmo após várias gerações. O grande naufrágio de 1947, considerado na altura o maior desastre marítimo de que havia memória na costa portuguesa, foi um desses momentos.

Foi durante a noite de dia 1 para dia 2 de dezembro, que o trágico desfecho duma noite de tempestade resultou em mais de centena e meia de pescadores mortos, se tornou conhecido em Matosinhos.

Naquela época, a pesca tinha um peso económico e social muito importante em na zona de Matosinhos, que era o primeiro centro pesqueiro do país, com mais de 100 traineiras e onde laboravam diretamente milhares de pessoas.

No entanto, os meios disponíveis para as operações de salvamento eram reduzidos e não puderam evitar o naufrágio destas traineiras, nem a morte dos seus ocupantes. Numa localidade onde a pesca era uma das atividades que maior número de pessoas empregava, o efeito desta tragédia foi avassalador, uma vez que quase não houve família em Matosinhos que não fosse atingida por esta tragédia.

Este naufrágio foi considerado, na altura, o maior desastre marítimo de que há memória na costa portuguesa. Na tarde de 1 de dezembro de 1947, saíram para o mar 103 traineiras, rumando para o mar ao largo da Figueira da Foz, onde estavam os cardumes de sardinha. Apesar de terem saído com bom tempo, a partir do final da tarde as condições meteorológicas alteraram-se rapidamente e os barcos foram apanhados numa tempestade com ventos superiores a 140 km/h.

As traineiras que navegavam mais longe da costa conseguiram salvar-se, apesar de com alguma dificuldade, mas as que se aproximaram mais da costa, por desorientação ou porque os motores não tivessem força suficiente ou avariassem, foram atirados contra as rochas.

Nessa noite (madrugada de 2 de dezembro), quatro traineiras que tinham saído da barra de Leixões naufragaram no litoral de Gaia, entre o Cabedelo e o Senhor da Pedra. O balanço feito na época apontava para 152 pescadores mortos neste desastre

Este desastre marítimo resultou em mais de 70 mulheres viúvas e 152 crianças órfãs. Nos dias seguintes, ao longo do litoral de Gaia foram dando gradualmente à costa os corpos dos tripulantes destas traineiras. Isto significou o prolongamento durante vários dias desta tragédia, com os funerais a sucederem-se diariamente ao longo de muito tempo. Muitos corpos nunca apareceram e outros apenas restaram algumas partes.

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