Gondomar: aprovado orçamento de 140M€ para 2023
Porto Canal / Agências
A Câmara de Gondomar aprovou esta terça-feira, com os votos contra do PSD e da CDU, as Grandes Opções do Plano (GOP) e orçamento para 2023, no valor de 140 milhões de euros, uma subida de 13,2 milhões de euros.
“Dar continuidade aos investimentos em curso, implementar a estratégia local de habitação e o projeto de apoio às comunidades desfavorecidas”, são algumas das bases para o crescimento do orçamento justificadas pelo presidente da autarquia, o socialista Marco Martins para “o maior orçamento de sempre no concelho”
Acresce a isto, continuou, “o aumento dos curtos com a energia e de pessoal, que neste particular aumentou 3,4 milhões de euros só por força dos aumentos salariais e a transferência de competências e que em Gondomar em 2022, se materializaram todas”.
Outra medida anunciada foi a intenção da câmara proceder ao lançamento do concurso para o prolongamento do projeto Polis de Gramido até Atães [de requalificação da marginal do rio Douro], tendo o autarca revelado que o projeto “já está feito” e que “no primeiro semestre de 2023 deve ser lançado o concurso”.
A câmara continuará, em 2023, a redução anual de 2,5% na taxa do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), que desce de 0,41% em 2022 para 0,40% em 2023, mantendo-se a diferenciação entre o baixo e alto concelho, passando na zona mais rural o IMI dos 0,36% para 0,35%, descreveu Marco Martins.
Para Jorge Ascensão, o independente eleito pelo PSD na coligação “Gondomar nas tuas mãos”, o orçamento mostra “o empobrecimento do concelho” e que “tenta criar alguma ilusão nas pessoas”, criticando a existência de uma rubrica de 25 milhões de euros com a designação de “outros” que mostra a “falta de transparência do documento hoje votado."
Criticado pelo vereador social-democrata é também o facto de o “investimento ser todo ele atirado para 2024 e 2025, que é o ano das eleições” quando se continua hoje “por cumprir a promessa de baixar a tarifa da água”.
“Fizemos propostas para baixar o IMI e o IRS e nenhuma foi acolhida. Abstivemo-nos no IMI porque tínhamos uma proposta alternativa e que era para baixar para o mínimo [0,30% para prédios urbanos]. Há cabimento orçamental para acolher as nossas propostas e por isso votámos contra na questão do IRS, porque poderia, perfeitamente, ser devolvida metade da receita aos gondomarenses”, sublinhou à Lusa o autarca.
Cristina Coelho, eleita pela CDU, justificou o voto contra pelo facto de “não terem sido acolhidas nenhuma das 80 propostas divididas por dez áreas” feitas pela coligação.
A vereadora criticou também o adiamento pelo GOP “de grandes investimentos, como seja a malha industrial do concelho, o alocar de verbas suficientes para a envolvente do cavalete de São Pedro da Cova ou o prolongamento do polis, que é uma das meninas dos olhos do presidente, que foi adiada para o final do mandato”.
A CDU votou a favor das redução do IMI pese embora ainda não se estar a praticar as “mais baixas taxas da Área Metropolitana do Porto apregoadas pelo presidente”, mas “atendendo ao que aí vem de dificuldades para as pessoas, reduzir dois anos consecutivos é uma medida positiva, ainda que o PS pudesse ir mais além”.