Casal denuncia violência e homofobia em bar no Porto. Gerente desmente e fala de ameaças

Casal denuncia violência e homofobia em bar no Porto. Gerente desmente e fala de ameaças
| Norte
Porto Canal

Um casal homossexual alega ter sido agredido por funcionários da discoteca "Foz na Baixa", na madrugada de domingo. Os indivíduos anunciaram que vão avançar com uma queixa-crime contra o estabelecimento e contra os seguranças envolvidos no incidente. Vitor Rajão, responsável pelo espaço nega as acusações homofóbicas que lhe são dirigidas e realça o “o comportamento desagradável e alterado” das alegadas vítimas. 

O incidente ocorreu na madrugada de domingo, tendo gerado controvérsia nas redes sociais. Um casal homossexual alega ter sido agredido por funcionários da discoteca Foz na Baixa. Os dois indivíduos alegam, através de um vídeo e publicações que o acompanham, que foram advertidos por funcionários que não podiam permanecer nas instalações de t-shirt sem mangas.

Tendo questionado essa regra, já que segundo um dos membros do casal existiam outras pessoas com roupa similar, os seguranças terão partido para a violência, colocando ambos no exterior do espaço de diversão noturna.

Declaram ter sido expulsos por serem um casal homossexual, e que os ferimentos causados os levaram a contactar as autoridades policiais, de forma a apresentar queixa pelo sucedido, bem como uma ambulância, já que ambos alegam ter sofrido ferimentos que necessitaram de cuidados médicos.

Responsável pelo espaço atira responsabilidades para clientes

O gerente do estabelecimento, localizado nas Galerias de Paris, na cidade invicta, nega o sucedido e aponta para “comportamentos inadequados”, por parte dos clientes.

Perante a queixa de algumas pessoas sobre a atuação das alegadas vítimas, Vitor Rajão afirma que tentou acalmar os ânimos.

“Fui chamado ao balcão, porque uma funcionária reclamou sobre uns clientes, que estavam a ter um comportamento desagradável, estavam muito exaltados”, afirma Vitor Rajão. “Na minha obrigação de responsável da casa dirigi-me e tentei acalmá-los e para terem cuidado e respeito pela restante clientela”.

Na visão do gerente, as pessoas em causa, “um bocadinho alcoolizadas”, não acataram o seu pedido, motivo pelo qual Vitor Rajão foi obrigado a expulsar os clientes do estabelecimento.

“Assim que pedi para saírem, um senhor loiro começa aos berros no meu ouvido, a injuriar-me e a ameaçar-me, até que tive que pedir ao segurança, por via rádio para me vir auxiliar, porque estavam já a filmar-me e a rir-se da minha cara”, relata.

Contudo, o responsável pelo espaço noturno defende que os indivíduos, após serem expulsos, “tentaram entrar novamente e eu pedi aos seguranças para que tal não acontecesse, mas, de repente, um saca de um telemóvel e começa a filmar-nos, tanto que me dá com o telemóvel na cara”, tendo-se gerado uma confusão enorme.

O gerente descarta qualquer responsabilidade no sucedido, negando as acusações homofóbicas que lhe foram imputadas.

“É de lamentar que as pessoas não respeitem as pessoas responsáveis pelas casas e quero relembrar que eu não conheço estas pessoas de lado nenhum, nunca os havia visto na minha casa… Por isso vêm para as televisões dizerem que são homossexuais e que há aqui discriminação… Isso é pura mentira…”

Segue-se luta judicial

Na sequência dos desacatos, que rapidamente se espalharam nas redes sociais, criando um clima de insatisfação, o casal, que teve que ser assistido no hospital Santo António, reiterou que o caso vai dar entrada em tribunal. Os dois jovens vão mover um processo-crime, quer contra o estabelecimento “Foz na Baixa”, quer contra os três seguranças que agrediram o casal.

Perante este cenário, Vitor Rajão diz que já teve “uma reunião com o advogado da empresa e estamos a tomar as devidas precauções e as devidas atitudes sobre estes senhores”.

Ainda assim, o gerente do espaço afirma que tem recebido múltiplas ameaças e confessa que se sente intimidado. “Eu tenho família, estou-me a sentir intimidado, estou com receio da minha família… Acho que é uma falta de respeito, não sabem o que se passa… Têm dito coisas como “Vamos acabar contigo”. “Vais andar a pedir”. “A tua família vai passar fome”. “Os teus filhos vão, futuramente, saber o que tu és”, destaca o responsável.

Esta não é a primeira vez que Vitor Rajão é acusado de homofobia, tendo começado a circular na rede social Twitter um caso, que remonta a 2020, e que mostra a resposta do gerente a uma candidatura de uma mulher para trabalhar no seu espaço. É possível ler a nega dada pelo responsável.

 

 

Perante as acusações, o gerente declara que não se recorda do ocorrido, mas reforça que não é homofóbico. “Eu não tenho nada contra a comunidade gay, tenho muitos amigos gays e não discrimino ninguém”.

 

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