Obras na Igreja de S. Gonçalo, em Amarante, restauraram fachada principal
Porto Canal / Agências
Amarante, 01 jul (Lusa) - As obras na igreja do Mosteiro de S. Gonçalo, em Amarante, já concluídas, restauraram o aspeto original da fachada principal daquele monumento nacional e travaram a sua degradação.
"As partes intervencionadas estavam em processo muito avançado de degradação ao nível das superfícies dos granitos, na própria coesão da pedra", explicou hoje fonte da tutela.
Segundo Ângela Melo, arquiteta responsável pelo projeto de restauro, o monumento também apresentava "alguns sintomas de avarias estruturais".
As obras foram realizadas desde agosto de 2013 pela Direção Regional da Cultura do Norte e comparticipadas pela Câmara Municipal de Amarante, que também prestou apoio logístico.
O restauro permitiu recuperar a Varanda dos Reis e o pórtico lateral, dois pormenores muito apreciados pelos turistas do edificado de Amarante.
Para o presidente da autarquia, José Luís Gaspar, ouvido hoje pela Lusa, os trabalhos já realizados representaram a primeira de duas fases e a mais urgente.
"Era imperioso realizar o restauro, porque havia uma degradação constante", assinalou.
"Com esta intervenção, foi preservada a fachada", acrescentou, recordando que foram limpos os dejetos dos pombos que durante anos acentuaram a degradação do monumento.
"Foi colocado um sistema que faz com que as pombas se afastem da fachada do edifício e, portanto, temos a garantia de que, durante muitos anos, iremos continuar a ter a nossa fachada intacta", destacou José Luís Gaspar.
Segundo uma explicação da tutela dos monumentos nacionais, a intervenção passou por um conjunto de operações," em função dos danos a tratar, sendo que cada uma associou vários métodos sujeitos a testes prévios para avaliação de resultados".
Foram, ainda, mantidos os vestígios das balas de mosquete e de canhão que atingiram a fachada em 1809, durante a invasão das tropas francesas.
Quanto à segunda fase, que vai incidir no telhado da igreja, o edil de Amarante adiantou que, durante os próximos meses, vai ser feito o diagnóstico.
Só depois, precisou, é que se vai decidir o tipo de intervenção, para que se possa ter a garantia de que "durante muitos séculos aquele monumento vai continuar a ser apreciado".
O presidente da câmara recordou que o Mosteiro de S. Gonçalo é o monumento de Amarante mais procurado pelos turistas, pelo que a sua recuperação vai reforçar a atratividade da cidade e do seu centro histórico.
Gaspar recordou, a propósito, que recentemente foi recuperada a Igreja de S. Domingos e que também decorre o restauro da igreja de S. Pedro, ao qual a autarquia também está associada.
APM // MSP
Lusa/fim