NATO declara Rússia "maior e mais direta ameaça"

NATO declara Rússia "maior e mais direta ameaça"
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Porto Canal / Agências

Os lideres da NATO declararam hoje a Rússia como a "maior e mais direta ameaça" à paz e segurança dos países Aliança Atlântica, no final da primeira sessão de trabalho da cimeira de Madrid.

"Continuamos a enfrentar ameaças distintas, de todas as direções estratégicas. A Federação Russa é a maior e mais direta ameaça à segurança, paz e estabilidade dos aliados [na NATO] na região euro-atlântica", lê-se na Declaração da Cimeira de Madrid, um texto subscrito pelos 30 chefes de Estado e de Governo da Organização do tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

"A Federação Russa é a ameaça mais significativa e direta à segurança dos Aliados e à paz e estabilidade na zona euro-atlântica", lê-se no conceito estratégico para a próxima década.

No documento, a NATO afirma também que a China "declarou ambições e políticas coercivas", desafiando os "interesses, segurança e valores" dos aliados.

O anterior conceito estratégico, aprovado em Lisboa, em 2010, não continha referências à China e considerava a Rússia como parceira estratégica da NATO.

No documento de Madrid, os líderes dos 30 membros da aliança militar, de que Portugal é um dos países fundadores, afirmam que a "zona euro-atlântica não está em paz" e não descartam a possibilidade de um ataque da Rússia contra os aliados.

"Nós não podemos descartar a possibilidade de um ataque contra a soberania e a integridade territorial dos Aliados", afirmam.

A NATO considera que a Rússia "violou as normas e princípios que contribuíram para uma ordem de segurança europeia estável e previsível".

A Rússia, segundo a NATO, "procura estabelecer esferas de influência e controlo direto através de coerção, subversão, agressão e anexação".

Utiliza, para isso, "meios convencionais, cibernéticos e híbridos" contra a NATO e os seus parceiros, com uma postura militar, uma capacidade nuclear e uma "vontade comprovada de usar a força" que "minam a ordem internacional baseada em regras".

Em concreto, o documento sinaliza o objetivo russo de desestabilizar os países do Leste e do Sul, além de perturbar a "liberdade de navegação" no Atlântico Norte.

A presença de forças militares russas em regiões dos mares Báltico, Negro e Mediterrâneo, e a sua "integração militar com a Bielorrússia" desafiam a segurança e os interesses dos aliados.

"A NATO não procura o confronto e não representa qualquer ameaça para a Federação Russa", asseguram os aliados no documento de Madrid.

Os membros da NATO dizem que continuarão a responder a quaisquer "ameaças e ações hostis" de Moscovo em unidade e de um modo responsável, e comprometem-se a reforçar significativamente os meios de dissuasão e defesa.

"Aumentaremos a nossa resistência contra a coação russa e apoiaremos os nossos parceiros no combate à interferência e agressão malignas", afirmam.

Ao contrário da cimeira de Lisboa, a NATO afirma no novo conceito estratégico que não pode considerar a Rússia como parceira.

"Contudo, continuamos dispostos a manter canais de comunicação abertos com Moscovo para gerir e mitigar os riscos, prevenir a escalada e aumentar a transparência", lê-se no documento.

Os aliados asseguram querer "estabilidade e previsibilidade na zona euro-atlântica", bem como "entre a NATO e a Federação Russa".

"Qualquer mudança na nossa relação depende de a Federação Russa pôr termo ao seu comportamento agressivo e cumprir integralmente o direito internacional", afirmam.

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