Ucrânia: Assis suspende participação do CES na associação internacional até acabar presidência russa

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 jun 2022 (Lusa) - O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, abandonou hoje, em Atenas, a assembleia-geral da associação internacional, suspendendo a participação portuguesa enquanto a Rússia se mantiver na presidência da organização.

Os representantes dos CES de Espanha e de França assumiram idêntica posição e suspenderam também a sua participação na AICESIS -- Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares, até a Rússia deixar a presidência da associação, o que deverá ocorrer dentro de ano e meio.

"A reunião de hoje foi atribulada [...], com França, Espanha e Portugal a exigirem a demissão russa, por considerarem inadmissível que o congénere russo seja um defensor da propaganda russa relativamente à guerra na Ucrânia", disse à agência Lusa Francisco Assis, após ter abandonado a reunião em Atenas.

Embora só os três países tenham assumido a sua exigência com intervenções na reunião e com o abandono da mesma, a saída da Rússia da presidência da AICESIS foi exigida num documento subscrito por 12 países europeus.

"Nós cumprimos o nosso papel e suspendemos simbolicamente a nossa participação, penso que os restantes países europeus signatários irão assumir a mesma posição, suspendendo também a sua participação", disse Francisco Assis.

Segundo o presidente do CES, os países europeus estiveram em minoria no encontro, dado que a maior parte dos países assumiu um "grande silêncio" relativamente à guerra da Ucrânia e a China considerou que se trata de um conflito entre as duas partes.

"Mas não é assim, porque a Ucrânia é que foi invadida e está a ser atacada e é lá que estão a morrer pessoas", considerou.

Francisco Assis explicou que, para a presidência russa ser destituída eram necessários dois terços dos votos, mas os 12 signatários europeus eram minoritários relativamente ao total de 78 participantes na assembleia.

Em março, o CES português e os seus congéneres da União Europeia suspenderam todas as atividades no âmbito da Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares até à realização da assembleia geral, com o objetivo de retirar a presidência da associação à congénere russa, a Câmara Cívica da Federação Russa.

Na altura, os CES europeus consideraram inaceitável que a organização russa reproduzisse o discurso oficial da Federação Russa, de atribuir a responsabilidade da guerra à Ucrânia e condenaram a invasão da Ucrânia perpetrada pela Rússia.

A próxima assembleia-geral da AICESIS vai realizar-se em Belgrado e a seguinte na Rússia.

A próxima presidência da AICESIS, que é sempre rotativa, será atribuída a um país da Europa ocidental.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, acusando Kiev de alegado genocídio de populações de língua russa na região do Donbass (leste).

Inicialmente, a ofensiva atingiu as principais cidades do país, incluindo Kiev, mas a resistência das forças ucranianas levou a Rússia a rever as suas ambições e a concentrar-se no Donbass, onde se situam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.

As conversações de paz, iniciadas quatro dias após a invasão, estão paralisadas há semanas, com cada lado a culpar o outro pela suspensão.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A UE e países como os Estados Unidos, o Reino Unido e o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.

RRA // JNM

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