Ucrânia: PM da Eslováquia sublinha necessidade urgente do país abandonar gás russo

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Porto Canal com Lusa

Genebra, 25 mai 2022 (Lusa) -- O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, disse hoje que o país percebeu a necessidade de se desligar total e rapidamente do gás russo, do qual ainda depende apesar de há 15 anos vir diversificando as fontes de energia.

"Por muito tempo trocámos os nossos valores por gás e petróleo baratos", reconheceu o chefe de Estado do governo eslovaco, que faz fronteira com a Ucrânia e já acolheu 70.000 refugiados da guerra.

Heger indicou que o seu país está perto de não precisar de abastecimentos russos, mas salientou que para isso precisa do apoio da União Europeia.

"Somos um país do interior e precisamos da mesma fiabilidade que os parceiros à nossa volta", declarou a um painel, enquanto orador no Fórum Económico Mundial de Davos.

Ao mesmo tempo, considerou que a guerra na Ucrânia é o custo a pagar pela Europa por ceder "durante demasiado tempo" os seus valores ao Presidente russo, Vladimir Putin, e que a lição a retirar é que também não se deve "comprometer os nossos valores entre nós [países europeus]".

"Isto não significa que tenhamos de expulsar alguém [da UE], esse é o último passo, porque se aí chegamos significa que fizemos algo errado em termos de unidade e cooperação", vincou.

O primeiro-ministro eslovaco apelou ainda à UE a continuar o seu apoio inabalável à Ucrânia para ganhar a guerra.

"Se a Ucrânia perder, a Eslováquia será a próxima", alertou.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 91.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

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