Câmara de Viana do Castelo acompanha poluição em afluente do rio Lima
Porto Canal com Lusa
Viana do Castelo, 28 fev 2022 (Lusa) - A vereadora do Ambiente da Câmara de Viana do Castelo afirmou hoje que a autarquia está a acompanhar a situação causada pelo derrame de óleo de uma empresa da zona empresarial de Lanheses, um afluente do rio Lima.
"A Câmara Municipal de Viana do Castelo está a acompanhar a situação desde que foi informada da alegada descarga acidental, no passado sábado, perto da hora de almoço. Desde então, os Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo e a equipa técnica da DAS (Divisão de Ambiente e Sustentabilidade) da autarquia estão a acompanhar, em permanência, o assunto", disse Fabíola Oliveira em resposta escrita a um pedido de esclarecimento da agência Lusa.
O presidente da Junta de Lanheses referiu hoje que o derrame de óleo, no rego da Peitilha, afluente do rio Lima, originado pela Recial-Reciclagem de Alumínios S.A., é o "maior acidente" ambiental de que há memória na freguesia.
"É o acidente mais grave de que temos memória no parque empresarial. Como é que isto foi possível? Como é que os sistemas não foram redundantes e não foram acionados mais cedo os meios? Se o derrame aconteceu na sexta-feira e nós só fomos alertados no sábado, alguma coisa falhou", sustentou.
Fabíola Oliveira adiantou que "os bombeiros ajudaram na contenção da fuga do petróleo, para evitar que o mesmo chegasse ao rio".
"Colocaram barreiras de contenção e têm acompanhado os trabalhos. Os sapadores estão ainda a acompanhar o trabalho que a empresa acompanhada pela Recial contratou para aspiração do produto.
A Polícia Marítima "tem estado a patrulhar a zona do rio para verificar se há algum surgimento de petróleo no rio, mas tal não foi verificado, até ao momento. O problema parece estar, pois, tamponado na zona do rego", especificou.
Segundo a vereadora do Ambiente, "o SEPNA [Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente] voltou hoje ao local para verificar o que aconteceu e deverá acionar auto de contraordenação".
Contactada hoje pela Lusa, a Agência Portuguesa do Ambiente esclareceu tratar-se de "uma fuga na tubagem de fuel, ocorrida na sexta-feira".
"Mal tomaram conhecimento, chamaram a empresa fornecedora do combustível que enviou um hidroaspirador para recolher o material derramado", informou, por escrito, a APA.
Segundo a agência tutelada pelo Ministério do Ambiente, "esse equipamento iniciou o trabalho na sexta-feira à noite e continuou a trabalhar no fim de semana".
"Hoje estão a reparar a fuga. A contaminação acabou por afetar uma linha de água próxima. No âmbito da Lei da Água, já comunicaram o incidente à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) e APA", refere a nota.
A Lusa contactou a empresa, mas sem sucesso até ao momento.
A GNR confirmou ter sido acionada para o local e hoje, em comunicado enviado redações com a informação da atividade operacional semanal, indica ter sido levantado um autocontraordenação "no âmbito da legislação da proteção da natureza e do ambiente".
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